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sexta-feira, 19 de novembro de 2004

Oceanos

Um desígnio nacional para o século XXI. Cinco objectivos estratégicos propostos pela Comissão Estratégica dos Oceanos:
  1. Valorizar a associação de Portugal ao oceano como factor de identidade.
  2. Assegurar o conhecimento e a protecção do oceano.
  3. Promover o desenvolvimento sustentável da economia.
  4. Assumir posição de destaque e especialização em assuntos do oceano.
  5. Construir estrutura institucional moderna de gestão do oceano.
A riqueza das ideias e das propostas justifica o título do Público: Portugal à procura da sua identidade nos oceanos. Atribuir a Portugal uma nova identidade, tornando-o protagonista mundial no que diz respeito aos oceanos, pode ser a nova missão do país.

Muito bem! O relatório está feito e agora?

Pedro Câmara, "... do Restelo"

"Oh gloria de mandar! Oh vãa cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos fama!
Oh fraudulento gosto, que se atiça
C'huma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho, e que justiça
Fazes no peito vão, que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades nelles exp'rimentas!

Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto IV, Est. XCV
Edição (desenterrada da estante) do Visconde de Juromenha (1870).


Talvez a propósito, a expressão do mito republicano da identidade perdida:

"No presente, a mais completa e dolorosa carencia d'um sentimento nacional, e portanto d'uma ideia directriz governativa; a pulverisação literal da sociedade; o isolamento e a indisciplina dos espiritos, o antagonismo e a dispersão das vontades, a secura e o retrahimento das almas, com tanta eloquencia revelados na pobreza e contradicção das ideias, na fraqueza e incoherencia dos actos e na ausencia de larga sympathia reciproca, effusiva, moralisadora e humana; e - consequencia inevitavel - em todos nós, sem excepção, um fermento de iiritabilidade e de amargura, um como sentimento constante de que estamos a falhar deploravelmente na vida, como homens e como povo.
(...)
Recordar de passagem que a ideia de Patria se abysmou nas profundezas do mar, ao fazermos a travessia de Lisboa a Calecut (...).

Bazilio Telles, O Problema Agricola, Porto, 1899, pp. 257-8.

Tudo é tão recorrente.

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