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domingo, 15 de maio de 2005

Bento de Núrsia II (continuação)

Como consequência do lema “um mosteiro sem biblioteca é como um castelo sem armas”, nos mosteiros beneditinos foram-se acumulando, Idade Média fora, enormes bibliotecas; foi aliás deste saber assim preservado que, mais tarde, surgiram as Universidades ligadas às Escolas das Catedrais ou de Mosteiros.
Por isso, S. Bento é considerado o Santo Protector da Europa.
Bento de Núrsia também era pela descentralização: ao contrário de outras Ordens Religiosas, não havia uma autoridade central ou um superior geral, pelo que cada mosteiro era autónomo.
Há muitos aspectos curiosos da Regra Beneditina. Foi ela que proporcionou o mais antigo documento de planeamento urbano do Ocidente (ano 820), em que os edifícios comunitários são concebidos de uma forma integrada, com enfermaria, hospedaria, cozinhas, padaria, latrinas, oficinas, habitação, estábulos e até cemitério…
Mas, pelo que averiguei, nos mosteiros nem tudo era um mar de rosas, pois havia sérias proibições: nos mosteiros eram severamente proibidos os mexericos e as anedotas!...
Segundo os biógrafos,a vida de Bento paasou por momentos difíceis, sendo alvo de muitas tentações. Não resisto a reproduzir uma delas:” o espírito maligno fez-lhe trazer à ideia uma mulher linda que um dia tinha conhecido e, sem dar por isso, começou a ficar preso pelas emoções de tal imagem…Quase vencido na luta, estava a ponto de abandonar o seu isolamento, quando, de repente, com a ajuda de Deus, voltou a si. Para vencer a tentação, despiu-se e atirou-se para cima de uma moita de silvas e urtigas e nela se rebolou até ficar com o corpo todo dorido e coberto de sangue. Uma vez vencido o prazer pelo sofrimento, a sua pele dilacerada e sangrenta serviu para expelir do corpo o veneno da tentação”. Dizem os seus biógrafos que nunca mais teve semelhante tentação!...
Pudera, digo eu!...
Têm os meus amigos a receita para aconselhar a algumas pessoas que bem conhecem!...

2 comentários:

Massano Cardoso disse...

Não me diga que a expressão “mandar às urtigas” vem deste acontecimento…

Suzana Toscano disse...

Grandes males, grandes remédios...O que o Pinho Cardão não conta é como é que se cumpria a regra de não haver anedotas nem mexericos!