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segunda-feira, 8 de agosto de 2005

"Superpapás e superavós"…

Os divórcios e separações, tão comuns nos dias de hoje, são fontes de graves problemas, nomeadamente, no que respeita aos filhos, os quais, privados do acompanhamento regular de um dos pais acabam por sofrer consequências negativas. Pelo menos, a frequência de determinados comportamentos é dupla dos verificados nos casais com estabilidade. No momento da separação, muitas vezes litigiosa, o Estado confere a custódia, em percentagens que variam entre 80 a 93%, de acordo com os países, às mães. Aqui entramos com um novo conceito, denunciado pelos pais separados, de "rapto sancionado pelo estado".
A situação criada a grande número de pais que ficam impossibilitados de acompanhar, de ver, de desfrutar a companhia dos seus filhos, levou à criação de verdadeiros movimentos sociais, sob a forma de grupos perfeitamente organizados e que, à boa maneira de outros movimentos, tudo fazem para dar nas vistas. O objectivo é denunciar esta descriminação sexual, em que os homens são preteridos na custódia e educação dos filhos.
Os superpapás de vários países têm tomado iniciativas bastante espectaculares. Em Londres, um pai vestido à Batman e ajudado por um Robin subiu à mais famosa varanda britânica – palácio de Buckingham – para denunciar a situação dos pais separados que querem um contacto mais próximo com os seus filhos. A moda de copiar os heróis da banda desenhada alastra-se a outros tais como o Homem – Aranha (que já fez uma incursão semelhante). A onda promete alastrar-se e até agravar-se originando novos problemas para os quais não estamos preparados. Mas a revolução em curso não se restringe apenas aos pais. Os avós também iniciaram movimentos, no Reino Unido, na Alemanha, em Itália e também em Espanha, com o objectivo de defenderem os seus direitos: a possibilidade de verem os netos vítimas de separações dos seus filhos. Os nossos vizinhos acabaram mesmo de legislar nesse sentido, no ano passado. A lei espanhola garante que os avós não podem ser impedidos de verem os seus netos em caso de separação ou divórcio. Apesar de não os satisfazerem totalmente, constitui um ponto de partida, muito importante, para quem na última etapa da vida tem necessidade de dar sentido à existência, evitando a morte antes do tempo. A humanidade e a civilização existem graças ao papel dos avós nas primeiras etapas do desenvolvimento e, hoje em dia, continuam a desempenhar um papel primordial. É bom que os seus direitos sejam acautelados, já que, devido à idade, não será muito recomendável que começam a fazer papéis de Super-Homens, idênticos aos dos filhos. Não seria muito saudável se um dia víssemos, entre nós, um avô, vestido à maneira a subir à fachada do Palácio de São Bento, a escalar a Torre de Belém ou a pendurar-se da Torre da Universidade de Coimbra. A idade não perdoa...

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