Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

As eleições alemãs e nós

Enquanto Schroder e Merkel reivindicam vitória, a primeira leitura que consigo fazer dos resultados das eleições alemãs é a de que todos perderam. E quando digo todos incluo a União Europeia e nós próprios, portugueses. Não quero ser pessimista mas o quadro saído destas eleições só trará incerteza e instabilidade quanto à urgente definição de um rumo para a Europa. A locomotiva alemã está gripada, a francesa de há muito que não puxa por ninguém e a nossa carruagem continua parada neste triste apeadeiro.
A segunda leitura resulta da manifesta incapacidade de Angela Merkel de mobilizar a opinião pública alemã e o seu próprio eleitorado. Depois de um ciclo social-democrata desastroso, o resultado obtido pela CDU/CSU é ainda mais desastroso.
Isto está preto...

2 comentários:

O Reformista disse...

Chamo a atenção para uma coisa que há muito tenho defendido. As eleições não são um jogo em que ganha quem tem mais votos. As eleições destinam-se a apurar um Governo que tenha o apoio da maioria do Parlamento. Este deve ser o sentido a dar à frase "tendo em conta os resultados das eleições" - ou seja do Parlamento que saíu dessas eleições.

Só entre nós é que existe essa ideia dos governos minoritários.

O próximo Governo na Alemanha será chefiado por quem conseguir uma coligação que garanta uma maioria no parlamento. Se fosse cá a Senhora teria ganho as eleições e faria uma Governo Minoritário

No livro que pretendo publicar em breve sobre a Reforma dos Sistema Político defendo a ideia que só é Democrático e estável um Governo que garanta o apoio da maioria da Assembleia (50%+1). Para isso o Programa de Goiverno deve ter que ser submetido obrigatoriamente à aprovação do Parlamento.Só assim se verifica se tem ou não o apoio da maioria da Assembleia. A ideia de bastar não ser rejeitado só cá é que existe...

Também defendo que nos Estatutos do PSD fique consagrada a ideia que os Orgaõs executivos devem ser eleitos por maioria absoluta havendo duas voltas caso tal não aconteça na primeira. Lembro-me que no Congresso de Viseu todos os três candidatos estavam dispostos a "ganharem" mesmo que tivessem menos de 50% dos votos.Felizmente Durão Barroso teve mais de 50% e a questão não se pôs.

Virus disse...

Ora aqui está uma ideia apresentada pelo Reformista, em nada original, mas em tudo lógica, eficaz e correcta...

No fundo mais não é do que garantir que quem "manda" tem o poder e a legitimidade para o fazer, com base numa maioria clara e inequivoca. Gostei... nada original, mas eficaz e lógica...