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domingo, 27 de novembro de 2005

A Grande Fome (Holodomor) na Ucrânia de 1932-1933

Ontem, dia 26 de Novembro, a Ucrânia comemorou o Dia da Memória sobre as Vítimas da Fome Artificial e Repressões Políticas em respeito à memória de milhões de cidadãos mortos pelo regime bolchevique-estalinista nos anos 20-50 do século XX.
A fome de 1932-33 foi provocada por factores políticos. Extermínio físico dos produtores de cereais com ajuda da fome artificial. Acto de verdadeiro terrorismo dirigido contra pessoas pacíficas.
Convém não esquecer as diferentes formas de genocídio. Matar deliberadamente pela fome contraria o mais básico e elementar princípio de entreajuda humana: Matar a fome!

O Governo da Ucrânia em 2003 aprovou uma série de medidas com vistas a comemorar o 70º aniversário do Holodomor e apelou à Comunidade Internacional para reconhecer o Holodomor de 1932-1933 como um acto de genocídio contra o Povo Ucraniano. No decurso na 58ª Sessão da Assembleia-Geral da ONU em Setembro de 2003 foi aprovada a Declaração Conjunta de vários países-membros daquela Organização sobre o Holodomor na Ucrânia. No mesmo ano os Senados de Canadá, Argentina, Austrália e a Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos da América aprovaram as resoluções sobre a memória das vítimas do Holodomor de 1932-1933, nas quais foi condenado aquele crime do regime soviético (in comunicado à imprensa da Embaixada da Ucrânia em Portugal).

5 comentários:

Massano Cardoso disse...

Este post foi o nº1.000 da 4R. Uma coincidência.
O respeito pela memória das vítimas não pode ser esquecido.
Alguns países já aderiram à declaração segundo a qual este triste acontecimento foi um verdadeiro genocídio. Não sei se Portugal alguma vez se debruçou sobre esta matéria. Mas senão o fez era bom que o fizesse.

Ana M. disse...

Só determinados genocídios têm ampla divulgação. Estou certa de que poucas pessoas, neste país, sabem o que foi o(a) "Holodomor". Agradeço ter ficado a saber mais um pouco, graças a este post que me levou ao comunicado da Embaixada da Ucrânia.
Quantos crimes, além destes, foram cometidos durante o regime Estalinista?
Gostaria de saber a quem se deve a brilhante idéia de dedicar um selo dos CTT, a uma individualidade que, em vida, perfilhou os ideais Estalinistas.
Cunhal não é um herói de Portugal, a quem devam ser prestadas homenagens, sejam elas quais forem.
Acho eu, que não tenho memória curta.
Nunca poderemos calcular quantas vidas se teriam perdido,no nosso País, se o 25 de Novembro não tivesse tido sucesso.
Cumprimentos

Pedro Antunes disse...

Sem dúvida que foi uma época negra na união soviética e isso ninguém pode esconder. O que não posso concordar com a sininho, a ideologia do PCP é o Marxismo-Leninismo não tem qualquer relação com Estalinismo. Aliás Estaline foi um criminoso que matou todos os seus opositores incluindo a “velha guarda soviética”. Tenho a certeza que se Cunhal fosse Russo e se tivesse vivido o pós 1924 seria morto tal como Trotski. Cunhal além de um crítico do sistema soviético foi um homem que sempre lutou ao lado da LIBERDADES e pelas justiças sociais. Não podemos rotular todos por iguais, lá por alguém manchar os conceitos Comunismo e Socialismo.

Rouxinol disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Relativamente aos comentários "eruditos" de Rouxinol, estes demonstram uma preocupante e confrangedora carência de informação cientificamente aproveitável.
Urge por isso combater o seu desconhecimento sobre o fenómeno historicamente complexo da fome-genocídio (Holodomor).
Aconselho-o amigavelmente a ler mais, muito mais, mas sobretudo a ler autores dignos de atenção, devido às suas reconhecidas qualificações científicas.
Alguns exemplos: Gerhard Simon, Andrea Graziosi, Stephane Courtois, Nicolas Werth, Etienne Thévenin, Orest Subtelny, Yurii Shapoval, Roman Serbyn, Stanislav Kulchytsky, Egbert Jahn, James Mace, Robert Conquest ou Ettore Cinella.
Manifestamente não é o caso do publicista e ideologicamente comprometido Douglas Tottle. A sua obra “Fraud, Famine and Fascism. The Ukrainian Genocide Myth from Hitler to Harvard” tem felizmente a merecida irrevelância de todas as divagações que visam um único objectivo: negar às vítimas o direito à sua dignidade.

Faz-me pena, haver gente assim…