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domingo, 6 de novembro de 2005

O respeito pela Instituições

Noa minha Nota anterior evidenciei o que o candidato Cavaco Silva pensa sobre as Instituições democráticas e o respeito que lhes é devido.
Outros mais não fazem do que aviltar as Instituições, quando pretendem aviltar pessoas que já ocuparam algumas delas, por força do voto democrático em sucessivas eleições.
Não se respeitam as Instituições quando um candidato a Belém acusa de falta de estrutura democrática alguém que, tendo-se submetido ao veredicto popular, venceu três eleições legislativas, desempenhou o mandato de 1º Ministro que lhe foi conferido pelo voto, e que, tendo perdido uma eleição para Presidente da República, deu lugar a outros, aceitando humildemente a vontade do povo.
Também não se respeitam os Portugueses, quando lhes pretendem dar lições sobre o “nível” democrático de alguém que por várias vezes escolheram.

10 comentários:

Carlos Monteiro disse...

Caro Pinho Cardão,

Só faltava agora que Cavaco Silva fosse considerada uma "instituição"! Se não conhecesse minimamente o que o meu caro pensa destas coisas, diria estamos perante os "messianismos" de que Soares fala.

E fico também com dúvidas sobre que opção resta a um candidato quando perde as eleições, senão precisamente "retirar-se e dar lugar a outros"!

É a regra democrática. Cumpri-la não faz de ninguém um democrata exemplar, muito menos faz dele uma "instituição"!

Que nem uma coisa, nem outra, considero que Cavaco seja.

Suzana Toscano disse...

Foi pena que Mário Soares não explicasse o que quer dizer com isso da "falta de estrutura democrática" ao menos para sabermos de que devemos ter receio, como se manifesta etc. E, claro, para vermos com clareza a diferença entre quem tem, ou quem não tem, e qual a consequência para o futuro do País. È uma questão de conceito, ou de preconceito?

Carlos Monteiro disse...

É uma questão de conceito. O conceito de falta de estrutura democrática aplica-se a quem despreza a Assembleia da Republica e os deputados, a quem chama "força de bloqueio" a instituições (estas sim, das verdadeiras) como o Tribunal de Contas, a quem tentou com o projecto da lei de imprensa instaurar a censura prévia, a quem tentou que assuntos sobre impostos, transferências para as regiões autónomas e demais operações financeiras fossem inseridas na nado-morta proposta de lei de Segredo de Estado, a quem mandou a polícia disparar balas verdadeiras no conflito da ponte, a quem colocava o SIS no meio das manifestações de estudantes, a quem filmava manifestantes, etc. etc. etc. Podia ficar aqui dez anos a escrever.

Cavaco fez tudo isto.

crack disse...

Caro Pinho Cardão
Apenas um apontamento a propósito do seu comentário - é bem certo que a campanha de Soares contra Freitas em nada o dignificou, como é certo que Freitas é hoje ministro de um governo PS, o que também em nada o dignifica a ele, tendo em consideração o seu percurso de vida. No entanto, eles estão aí, um no governo e o outro a uns passos de voltar a Belém. Porquê? Porque, de facto, o povo não tem memória e, infelizmente, a proporção de que fala é, para estes dois cavalheiros, medida pelo tempo da memória colectiva, e este é curto, cada vez mais curto.

Carlos Monteiro disse...

Meu caro Pinho Cardão, eu não opinei sobre a falta de cultura democrática de Cavaco Silva, eu dei exemplos concretos da sua actuação que demonstram isso mesmo! Não rebatidos, aliás.

Em relação aos exemplos que cita, todos eles representam verdadeiramente instituições. Cavaco representa-se a si próprio apenas, e como candidato submete-se ao jogo democrático, tal como qualquer outro, o que aliás, nada tem de mal. Muito me espanta também que ache que ache exista uma campanha contra Cavaco, quando é exactamente o contrário que vejo (contra Soares) e aí nem se joga com factos, joga-se com difamação e chacota (a idade, a sesta, os queijos, a descolonização, e ainda nem sei como não veio à baila a bandeira pisada) , porque ao que se assiste, e serve de resposta ao crack, é ao apagamento da memória colectiva do que foi o blitz feito ao Estado português por um partido liderado por Cavaco Silva, do que foram as tentativas de supressão de opiniões discordantes durante dez anos, para não falar no apagamento total de uma governação de dez anos perdidos que nos situariam noutro patamar nesta altura.

Mas discutir isto tudo não são campanhas difamatórias, caro Pinho Cardão, é apenas o exercício pleno da liberdade de expressão. Da qual Cavaco Silva tanto se queixava noutros tempos. Pode ser que tenha mudado...

Mas não creio.

Virus disse...

Caro cmonteiro,

1- Eu já trouxe à baila o assunto da bandeira pisada...

2- Pelo que vejo gosta muito de ler romances de pacotilha... e não se esqueça de acrescentar que foi por causa de CS que caiu a ponte de Entre-os-Rios e outros assuntos tais...

O que o homem queria (e ainda quer) é que o deixem trabalhar e perder pouco tempo com conversinha da treta para encher os media...e eu estou de acordo, como dizem os americanos "talk is cheap" e nós por cá gostamos nuito do "talk".
Se todos nós perdessemos menos tempo a apontar aos outros tudo o que fazem de errado e se iniciasse por nós uma introspecção que nos indicasse o que podemos fazer para melhorar esta pobre desculpa de país onde vivemos e nos mexessemos para andar para a frente e criar riqueza e ganhar dinheiro sem ser ás custas uns dos outros se calhar não estávamos no pântano em que agora vivemos... não acha?

Criticar é muito fácil não é?...

Adriano Volframista disse...

Não estava para intrevir neste debate, porque continuamos a falar do acessório, lateralizamos as questões e não vamos ao essencial. Apenas a questão de poder contribuir para modificar um pouco as coisas me faz escrever este post.
Podemos e estamos mal,mas podíamos estar bem pior, se sucedesse, à escala, o que está a passar-se em França, há muito que teríamos a polícia e os militares nas ruas, mais uns quantos bandos de cidadãos preocupados com a insegurança; armados e abatendo todo e qualquer suspeito.
Ainda assim os nossos problemas são menos maus e podem ser resolvidos, muito porvavelmente sem violência.

Relativamente aos dois candidatos presidenciais estrela, apenas para dizer que ambos são homens com passado e que apenas os distingue que, um propõe um futuro e o outro não. Em tudo o resto são semelhantes.

A diferença em MS é que este já demonstrou que pode e usa os poderes presidenciais no limite da competência consttucional, usa-os para fins políticos próprios, ou do partido que representa.

Esqueçer a sua contribuição para os dois mandatos de AGuterres e de JSampaio é não compreender qual o motivo porque o PS o apoia.

Tenho muita dificuldade em compreender como poderá ACSilva ser um cripto fascista, quando foi sufragado por duas maiorias absulutas, quando ninguêm acreditava que isso era possível. Mais ainda, quando não encontro possibilidade das FAs realizarem qualquer golpe militar.

Descortinar em algumas leis de ACSilva laivos fascistas é estar completamente fora da realidade do mundo contemporâneo. Neste preciso momento discute-se no Reino Unido, sim no Reino Unido, uma lei de segurança interna que, por muita bondade que se tenha, só pode ser considerada como uma lei fasciszante,; aliás, TBlair teve de a modifiicar sob pena de rebelião do seu partido.
Recordo que a lei de escutas mais próxima da que enquadrava a lei da PIDE foi publicada por um governo socialista:
Sabe, cmonterio, como dizia M de Talleyrand, não há nada mais de direita que um ministro jacobino.
Até agora, andámos em flores e, infelizmente vamos manter-nos nessas mesmas flores: dificilmente vamos ter debates como mandam as regras, porque não vai sobrar tempo entre, as entrevistas a cada canal de televisão e as acções das campanhas; a ausência de debates será sempre uma arma de arremesso por uma esquerda que não conseguiu a unidade e que a tenta mascarar com o ruído e os fantasmas.
Quem deseja fazer um debate sério é apodado de sobranceiro, fascista e evitar discutir todas as questões, (o que quer que isso seja);
Relativamente a MS apenas um pequeno apontamento, se não fossemos estar em POrtugal poderia sempre interrogar-me porque as sondagens apontam para apenas 10/15%, QUANDO ELE JÁ FOI PR, uma análise cuidadosa diria que, para um homem com o cv de MS, teria de ter pelo menos 25/30%. Assim, o que pensa ele fazer?
Ah! Sim já me esqueçia, nas primeiras eleições partiu com 7%, é verdade, mas o passado não se aplica ao que ele conseguiu e foi, ou será que deixou má imagem nos seus dez anos em Belêm?
Aliás, ACSilva tem 50% das intenções de voto, recordo-lhes que é sensivelmente o mesmo que obteve em 1996,(obtidos em circunstâncias muito adversas) assim, o que se passa com MS?

Infelizmente, como muito bem escreveu VPValente, não vamosnenhum dos candidatos com hipoteses de ganhar é de fora do sistema, ou tem apoios significativos e sgnificantes, fora dele. Pena é que 30 anos depois do 25/4, 20 anos depois de 1986, 150 depois de Eça de Queiroz, exista tanata actualidade nos mesmos temas, argumentos, o que significa que ainda conseguem ocupar o imaginário nacional.
Pena, mas o que fazer? Nada.

Cumprimentos e parabéns ao blog
Adraiano Volframista

Suzana Toscano disse...

Caro cmonteiro, o facto de não terem sido rebatidos os exemplos que deu não significa, de modo nenhum, que considere que demonstram o seu ponto de vista. Bem pelo contrário,ficou bem patente o que "cabe" nesse tal conceito que MS deu como óbvio, deixando pairar sobre as nossas cabeças uma ameaça velada sem se dar à maçada de a integrar. Pelos vistos, com razão, porque se os exemplos são esses que dá, lá se vai o efeito que pretendiam...Além disso não me apontou nenhum conceito, caro cmonteiro - apontou factos, dispersos, interpretados e, tal como eu dizia, sujeitos a preconceito. Lamento, mas não fiquei esclarecida.

Carlos Monteiro disse...

Cara Suzana Toscano, se esses factos que relatei são meros preconceitos meus, começo a desconfiar seriamente que Mário Soares não terminou ainda a tarefa de democratizar este país...

Virus disse...

Caro cmonteiro,

nem nunca há-de terminar, porque essa tarefa não cabe ao MS, ou qualquer outro político!

Cabe ao conhecimento e civismo que todos nós podemos ensinar/incutor uns nos outros desde tenra idade, invés de incutir as histórias do bicho-papão que vem aí para comer os meninos que saem da cama depois do Sol se pôr.

O melhor defensor da democracia, enquanto sistema e modo de vida é o conhecimento... e esse não é um exclusivo absoluto de MS!