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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Descaramento em triplicado!...

Ouvi hoje o Dr. Gilberto Madail, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, muito agastado com o facto de a construção da denominada “Casa das Selecções”, futuro Centro de Treino e Estágio das Selecções nacionais de futebol, não ter ainda arrancado, atribuindo a culpa à Câmara Municipal de Sintra.
Mas o que acontece, segundo em tempos foi publicado, é que a Federação não irá gastar um cêntimo com essa Casa das Selecções.
O custo, que de investimento não se trata, é da Câmara de Sintra, que a “ofereceu” ao futebol, com protocolo assinado publicamente e tudo, alegadamente em troca de publicidade ao concelho e eventuais efeitos favoráveis no turismo.
Muito bem.
O mesmo Dr.Gilberto Madail anunciou também, há cerca de uma semana, que o estágio da Selecção para o Mundial de Futebol 2006, em Junho, na Alemanha, será feito em Évora.
Mas o que acontece é que desse Centro de Estágio ainda nada existe e que o mesmo será construído de raiz e à pressa, para em Maio, daqui a 3 meses, acolher a selecção.
Trata-se, obviamente, de um custo a suportar pela Câmara de Évora.
Para o Europeu de 2004, a Selecção estagiou em Óbidos, a expensa da Câmara, como já estagiou em Rio Maior, como já estagiou no Algarve, como poderia estagiar em mais de uma dezena de Centros bem equipados espalhados pelo País.
Mas, pelos vistos, precisa de dois novos Centros, a construir onde nada ainda existe.
Não sei que mais admirar, se o descaramento do Presidente da Federação, se o descaramento dos Presidentes das Câmaras, que, pelos vistos, têm dinheiro a mais e não encontram alternativas de serviço público para o gastar.
Prejudica-se o cidadão, mas o Presidente é promovido e isso é que interessa!...

8 comentários:

O Reformista disse...

Solicito aos meus amigos social democratas uma nova visita aos últimos posts do Reformista

António Alvim (muito preocupado)

Suzana Toscano disse...

Pinho Cardão isso que conta é escandaloso!Será possível que a moda dos polidesportivos e das piscinas municipais não tenha sido suficiente para mostrar o desperdício e o novo riquismo de um país a que ainda falta tanta coisa?

Antonio Almeida Felizes disse...

..
Caros Suzana Toscano e Pinho Cardão,

Em princípio nada tenho a opor, quer às piscinas, quer aos polidesportivos. Relativamente aos grandes complexos desportivos, aqui, já as coisas mudam de figura.

Todavia, muito mais problemático que estas opções de investimento, é o facto de tudo isto ser implementado com recurso ao endividamento - as dívidas à banca por parte dos municipios aumentaram só em 2005, 286 milhões (diferença entre os empréstimos contraídos e pagos pelas câmaras municipais), perfazendo agora um valor bem acima 1.500 milhões.

Mas o quadro negro não se fica por aqui, a todas estas dívidas à banca temos ainda que adicionar os 1.000 milhões de euros a fornecedores - Lisboa 100 milhões, Porto (50) Gaia (60) etc etc.

Nota: O governo central apresenta niveis de endividamento incomensuravelmente maiores, só a divida pública já ultrapassa os 110.000 milhões.

Conclusão - Vivemos todos (manifestamente) muito acima das nossas possibilidades.

Cumprimentos,
AAF
http://regioes.blogspot.com

Tonibler disse...

Caros,

Quero também dizer que as equipas de júniores e cadetes da Sala d'Armas do Parede Foot-Ball Club se deslocaram ontem a Burgos para disputarem o circuito espanhol de esgrima a seu próprio custo num exorbitante exercício desportivo de alguns 3000 euros para os quais nunca há dinheiro e o para o qual país está permanentemente em crise.

Mas, como todos sabemos, desporto é aquilo que um brasileiro de 30 anos naturalizado faz por 50000 euros por mês e não aquilo que um miúdo de 15 anos faz a custas dos seus pais....

Não está na altura de entregarmos o IRS?? Vamos ser honestos, não vamos???.....

Ruvasa disse...

Viva!

O melhor é admirar o descaramento de todos!

Cumprimentos

Ruben

just-in-time disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
just-in-time disse...

O poder da FPF: -não está constitucionalmente constituído como poder independente ( perdoem-me a calinada júridica );
-não é economicamente sustentável,como se percebeu com os dez estádios e está a ser demonstrado com as actuais disputas à volta do património de um dos principais clubes;
-não decorre das massas associativas porque não são elas que asseguram o grosso dos investimentos.

Então vem donde?

trainzeiro disse...

O dinheiro donde vem?

O pessoal anda a dormir e não as linhas e as entrelinhas dos noticiários.

Então de onde virá tanto dinheiro do futebol?

Peguem no telefone e perguntem às pessoas certas.