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sábado, 13 de maio de 2006

Alguém sabe quem manda em quem?



Às 20 horas, o Seleccionador Nacional dos Sub-21, Agostinho Oliveira, vai anunciar a lista dos jogadores convocados para o Campeonato da Europa de Futebol, nessa categoria.
Ou me engano muito ou as televisões lá estarão a abrir os telejornais com a reportagem em directo desse insigne acontecimento de tão magna e decisiva importância para o país!...
O Campeonato começa dentro de 10 dias e Agostinho Oliveira tem-se mostrado assaz preocupado pelo facto de não saber com que jogadores contar, dado estar dependente das escolhas prioritárias de Luís Filipe Scolari para a selecção principal e não ter podido conversar com este sobre o assunto.
Apesar dos seus vários Adjuntos, Scolari deve ser o sujeito mais ocupado de Portugal, mal tendo tempo para respirar no intervalo da preparação aí de uns dez jogos de futebol por ano. Por isso, não tem, obviamente, tempo de coordenar acções com o Adjunto afecto à selecção dos Sub-21, como, aliás, nunca teve tempo de acompanhar esta Selecção. Acredito que assim seja, até face às inocentes declarações de um jogador desta categoria, que ontem ouvi na televisão. Dizia ele nunca ter visto Scolari e que, para ele, o “mister é Agostinho Oliveira.
Por esta e por outras, Scolari ficou ainda mais empertigado e logo declarou que quem mandava era ele!...
O Presidente da Federação, de seu nome Gilberto Madaíl, veio confirmar que quem mandava, de facto, era Scolari, mas que havia conveniência em saber os seleccionáveis para os Sub-21…
Agostinho veio também a concordar com Madaíl e com Scolari, reconhecendo que Scolari é quem manda. Mas, com uma nuance, foi afirmando, ao mesmo tempo, que quem mandava nos Sub-21 era ele, Agostinho!...
Nestes mandos e desmandos, fiquei sem saber se alguém sabe quem é que manda em quem e convencido que Madaíl será o último a saber!...
Mas sendo a Federação Portuguesa de Futebol uma entidade com estatuto de “ utilidade pública” e recebendo, como tal, subsídios do Governo para a preparação das equipas, não seria melhor organizar-se de modo a evitar estes deploráveis espectáculos de ver o seu Presidente e os dois seus mais importantes funcionários virem esgrimir na praça pública quem manda ou quem não manda, sem ninguém perceber afinal quem manda?
Se nas vésperas das competições ainda se discute quem é que manda, não há que esperar muito das nossas selecções!...Organizem-se, pois, se ainda é tempo!...

2 comentários:

Anónimo disse...

Este espectáculo, de facto, não foi muito edificante.
Porém, tanto quanto pude acompanhar este assunto, parece-me que quem veio lamentar-se publicamente foi o treinador dos Sub-21, Agostinho Oliveira. E fê-lo num timing absolutamente inadmissível, na véspera do início da competição. Mas que “grande exemplo” para os jogadores…
Luís Filipe Scolari limitou-se a reagir, pondo os pontos nos “is”. Para o efeito, utilizou os mesmos meios que o seu colaborador Agostinho Oliveira. Deveria, não obstante, ter optado pela discrição e não pelo agravamento do contencioso, já de si grave.
É um sintoma menos saudável quando as questões do foro interno das organizações são trazidas para a praça pública.
As pessoas, mesmo algumas das que têm maiores responsabilidades, não resistem à feira de vaidades!
Vejam-se as últimas intervenções do Pinto da Costa a este respeito e sobre a não convocação do Ricardo Quaresma. Lamentável. Puro veneno. Clara interferência no trabalho do Seleccionador Nacional. Enfim, já estamos habituados… embora não resignados. A equipa do Porto já merecia dirigentes de outro calibre humano (E, porventura, os outros clubes também!). Do ponto de vista da eficácia nada a dizer, são do melhor.
Contudo, este não pode ser um momento de divergência, mas sim de união em torno dos símbolos nacionais. Mesmo assim sabe Deus as dificuldades com que nos vamos deparar.
Podemos não gostar das escolhas mas, uma vez feitas, só nos resta uma opção: defender a nossa Selecção.
Lá chegará o tempo da avaliação dos resultados. E, até ver, parece que têm sido os melhores de sempre. Esperemos que assim continuem. Ou será que há quem prefira a política de terra queimada só para desmerecer o Seleccionador Nacional?
Parabéns, caro Pinho Cardão, pela dobradinha.
Outros ventos hão-de soprar na próxima época. Assim espero!

Anónimo disse...

Errado, meu caro mafr, errado!
No entanto, há sempre quem prefira uma visão canhestra ou de bairro a um olhar mais amplo e imparcial.
Apoucar as pessoas (no caso, o Seleccionador Nacional), chutar na canela em vez da bola, são práticas anti-desportivas e que revelam falta de “fair-play”. Os discursos virulentos podem ser úteis para excitar as massas, para convocar as hordas... sabe-se quando e como começam, mas raramente se conhece o seu desfecho.
O futebol não é um teatro de guerra, mesmo quando mobiliza multidões e envolve milhões.
Se bem me recordo, Portugal foi pela primeira vez vice-campeão europeu com o Sr. Scolari.
Nunca houve uma tão grande unidade nacional em torno do fenómeno futebolístico como no Euro 2004. Também aqui, no meu modesto entender, o Sr. Scolari teve mérito.
As suas opções são discutíveis? Claro que sim. E por acaso há decisões que não o sejam?
O problema não está no debate de ideias, democrático e legítimo. O busílis está na forma da mensagem. Mesmo que o Sr. Pinto da Costa fosse um virtuoso, e todos sabemos que não o é, ele há limites para a pesporrência e para a agressividade. Não basta ser um ganhador, é necessário ter elevação na vitória (e na derrota!).
Sei que o futebol é um complexo de emoções, muito pouco cognoscíveis ou racionais, mas qualquer pessoa de bom-senso compreende os limites. O que falta, por vezes, é mesmo o bom-senso.
Li “às páginas tantas...” que "A estupidez é infinitamente mais fascinante do que a inteligência. A inteligência tem limites, a estupidez não!". Presumi tratar-se de uma ironia. Pelos vistos nem todos pensam assim. Viva a democracia!