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sábado, 19 de agosto de 2006

"Os cérebros dos políticos"...

As descobertas científicas têm invariavelmente consequências a diferentes níveis. Mesmo as mais controversas, que inicialmente são objecto de preocupação, acabam, mais tarde ou mais cedo, por serem integradas na rotina ou serem alvo de atenção especial com fins não previstos.
Saber como funciona o cérebro é uma das áreas mais deliciosas, que digam os neurocientistas na sua procura incessante em esclarecer os mistérios do órgão pensante.
Hoje, com as novas tecnologias, caso da ressonância magnética funcional, é possível ver onde se processam certos pensamentos e emoções com uma precisão que até assusta.
Já foram efectuadas várias experiências para localizar e conhecer a dinâmica do pensamento em inúmeras situações, desde o cálculo mental à excitação sexual, passando pela identificação de zonas de tristeza, entre outras, mas tentar aplicá-las a cérebros de políticos é que novidade. E que novidade! Parece que as predilecções dos cérebros dos ditos são frutos de vieses inconscientes!
Vejamos como tudo se processa. Certas zonas do cérebro foram identificadas com o raciocínio, com as emoções, com a resolução dos conflitos, com os juízos morais e com a satisfação emocional, entre muitas outras, localizadas, na sua grande maioria, no córtex pré frontal e frontal.
Colocar republicanos e democratas convictos face às contradições de Bush e de Kerry permitiu aos investigadores, através das leituras das imagens dos seus cérebros, concluir que ambos os grupos criticavam a conduta dos seus líderes. Mas, curiosamente, quando se passou para a análise das políticas de cada um deles, apenas uma zona se manteve “fria”, a zona do raciocínio! As outras foram activadas terminando na estimulação de uma zona que está relacionada com a recompensa e prazer. A partir daqui, ou seja, desde que a zona de satisfação emocional é activada, as outras zonas responsáveis pela resolução de conflitos, juízos morais e emoções eram estimuladas de forma a reforçar a zona de recompensa e prazer. Entretanto, a zona do raciocínio não sofria qualquer “ignição”. Desta forma o “verdadeiro” adepto político pensa de uma forma enviesada. O estímulo do centro de prazer é uma recompensa que lhe permite accionar determinados circuitos que poderíamos catalogar como “políticos” e dos quais está excluído a zona do raciocínio.
Aqui está uma boa maneira de seleccionar candidatos políticos, verdadeiramente fiéis. “Bastaria” fazer-lhes uma ressonância magnética funcional aos cérebros enquanto aplicassem certas perguntas. Um bom discurso e boas respostas acompanhadas de emoções, da estimulação da zona de conflitos e da zona de recompensas desde que mantenha “fria” a zona do raciocínio é mais do que uma garantia de um leal subordinado. Quantos ao que dispararem o centro do raciocínio, nada feito! São perigosos e imprevisíveis….

2 comentários:

Carlos Monteiro disse...

Estou curioso em saber como seria fazer esse teste a benfiquistas a discutirem futebol! Já imagino os operadores da maquineta "Oh Silva, liga lá a ficha aí à tomada da electricidade que isto deve estar desligado e não mexe"

HEHE

;)

Anónimo disse...

Olha aí está, meu caro Professor, a explicação para o facto de alguns não terem tido, nem pelos vistos terão, sucesso na política!