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segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Introdução ao TLEBS I

Agora foi Miguel Sousa Tavares a focar o TLEBS num belo artigo da sua coluna de opinião na última edição do Expresso. Aí Sousa Tavares reflectia sobre o futuro do seu cão face à nova terminologia e filosofava a propósito: não sei se cão ainda é cão, mas substantivo é que já não!...
Pois, cão deixou de ser um mero substantivo e passou a nome comum, concreto, contável, não humano, animado, masculino do singular!... O que denota a nobreza da linhagem!...
Mas, por exemplo, a palavra gay, que era substantivo masculino, passou à seguinte classificação: nome comum concreto, contável, humano, animado, epiceno do singular. Epiceno, porque designa tanto o indivíduo homem como mulher.
Ser ou não ser gay não é questão, é um imponderável da natureza, como também já aqui explicou o nosso Professor Massano. Gay ou não gay merecem respeito por igual. Mas ser epiceno, senhores! Será isso constitucional?

5 comentários:

Adriano Volframista disse...

Caro Pinho Cardão

Pessoalmente o TLBES é, parafraseando uma frase marxista, o resultado final do ensino que temos.
Não passa de um esperanto para analfabetos literatos e funcionais, ou se quizer, uma redição daqueles livros que ajudam a rir, viver, ser gestor, ter amigos tudo, mais ou menos, em um minuto.
Grave, é que não inventamos palavras,porque nos dedicamos, apenas, a grafarmos as existentes de outro modo.
Estamos mais neograficos e menos neologistas. Ainda não conseguimos verbalizar, tornar em verbo atitudes ou comportamentos e continuamos, como sempre, a utilizar os condicionais que se equivalem (com todos os equívocos) a conjuntivos. O imperativo desapareceu, exilado na comédia e o gerúndio só para acções politicamente correctas e muito estereotipadas.
O futuro só em casos mais do que óbvios, do tipo: o Sol nasce amanhã, senão voltamos para os condicionais.
As frases não podem ultrapassar as quatro palavras, de preferência sem qualquer conceito subjacente. O que se assiste é ao aparecimento de um dialecto local, próximo dos dialectos primitivos.
Estamos no limiar perigoso da regressão: as últimas contas apontam para que, a maioria da população, utiliza, no trato diário, menos de 2.500 palavras.
Dito isto, não vale atacar o TLEBS apenas, mas criar um movimento de renascimento da língua, ou poderemos passar a ser uma tribo incompreensível no seio da lusofonia.
Mas por favor não peça ao Compromisso Portugal para o ajudar, eles ainda usam menos palavras e menos conceitos.
Cumprimentos
Adriano Volframista

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Dr. Pinho Cardão,

Não fosse o assunto realmente sério e estaríamos todos a rir.
Mas que grande desgraça!
Estive a analisar o significado do dito "epiceno".
Segundo percebo, se é que percebi bem, uma cadela em TLEBS passará a ser cão fêmea! Portanto, quando falarmos de uma "cadela" passamos a dizer o nosso cão fêmea! Será assim? Ao que isto chegou. Mas para quê?

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Retirado do Wikcionário
[editar] Adjetivo | Adjectivo
e.pi.ce.no adjetivo masculino singular

Aquilo que é comum aos dois sexos;
classificação gramática do substantivo que se refere a animais e algumas plantas e tem apenas uma forma para ambos os gêneros, sendo que a distinção de sexo é feita por meio do uso de macho e fêmea;
e.g. "o mamoeiro macho", "o tucano fêmeo", "a cobra fêmea"
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Tonibler disse...

Acho que é apropriado, gay ser um nome comum animado. Contável também, um gay, dois gays, três, gays...

RuiVasco disse...

Sem querer ser "intolerante" acho que gay já começa a ser comum demais! Como diz um amigo meu " Deus me leve antes que seja orbigatório"! Talvez por isso a sigla TeLeBes venha bem a proposito! (Oxalá o Miguel Vale de Almeida não seja "cliente-leitor" deste blog)
Por falar em TeLeBes - que é feito do Acordo ortografico, que já está adolescente de idade, acabou por ser asssinado pelos seus maiores "contestadores", brasileiros, angolanos entre outros e Portugal ainda não subscreveu? Será que é verdade?
É que o TeLebes macho, ainda vai colidir com o Acordo macho, e vai dar uma Confusão fêmea do caraças!!

Bartolomeu disse...

Caro Senhor Pinho Cardão e Senhora Maragrida Corrêa de Aguiar, não vou disfarçar. A vontade de rir é enorme, não pela "objectividade" da classificação do ex-substantivo, ou pela conclusão do termo epiceno, mas sim pelo facto de imaginar a hipotese de este TLEBS estar a tentar descaracterizar a raça humana a reduzi-la aos tempos pre-pre-historicos, em que, segundo Darwin a espécie não teria ainda evoluído e seríamos portanto todos... epicenos.
Será ainda pertinente concluir que esta classificação é uma forma de seleccionar pela etimologia?
Sinceramente, nem quero pensar nisso...