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quarta-feira, 8 de novembro de 2006

A minha singela e sentida homenagem

Segundo noticiou ontem o Diário de Notícias, uma missionária portuguesa foi assassinada num ataque à Missão católica Fonte Boa, em Moçambique.
Trata-se de Idalina Gomes, a segunda de cinco irmãos de um casal de agricultores de Aguiar da Beira. A jovem missionária formou-se em Direito, em 2002, e faria 31 anos no dia de Natal. Fez o estágio de advocacia e trabalhou durante algum tempo num gabinete jurídico. Mas o serviço humanitário impôs-se. Em 2005, tornou-se voluntária na Leigos para o Desenvolvimento e em Outubro desse mesmo ano partiu para a sua primeira missão de um ano em Moçambique. Deveria regressar a Portugal em Novembro, mas voltaria em Janeiro, porque pediu que a missão fosse renovada mais um ano.
Por bem fazer, mal haver. Mas são exemplos como este, de altruísmo e enorme solidariedade até ao sacrifício da vida, que nos devem levar a reflectir sobre a contribuição de cada qual para a sociedade e o que dela cada um de nós exige.
A minha singela e sentida homenagem à Idalina Gomes

8 comentários:

Madalena disse...

A notícia da idade torna tudo ainda mais doloroso. Junto-me à homenagem e penso na mãe da Idalina, no pai e nos irmãos!

Massano Cardoso disse...

O sofrimento humano toca-nos sempre de uma forma particular, atormentando a nossa existência…

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Dr. Pinho Cardão,

Bonita homenagem, a que junto a enorme admiração que tenho pelas mulheres e pelos homens que abrem os seus corações para ajudar aqueles para quem uma mão amiga ou um simples sorriso fazem viver o presente e sonhar o futuro.

Anónimo disse...

Fica a nobreza do exemplo, merecedora da homenagem proposta pelo Pinho Cardão, lastimando a perda de uma vida generosa.
Hora também para recordar que no meio de tanto ódio e maldade, há felizmente pessoas como Idalina.

António Viriato disse...

Caros Amigos,

Foi, de facto, um caso de grande infortúnio para a generosa moça, que, abnegadamente, partira para aqueles ambientes inóspitos, arriscados, com o único propósito de fazer o bem, sem olhar a quem, como manda a sabedoria antiga, herdada do Evangelho.

Poderia ter optado por enveredar logo por uma qualquer carreira universitária ou profissional, mas escolheu uma espinhosa missão.

Desgraçadamente, acabou assim por acrescentar, o seu nome ao de uma longa lista de outros, que, desde o início da nossa aventura quinhentista, por essas paragens distantes, por vezes hostis, da África, Ásia, Américas e Oceania lá deixaram o seu suor, o seu sangue e alguns até, como ela, as suas vidas.

Como era de esperar, a Comunicação Social passou rápido pela notícia da sua morte. Não era das que eles gostam de salientar; não se prestava a campanhas ruidosas de indignação : pela sua origem, pela sua cor e pela dos que perpetraram o acto abominável. Nenhum destes pormenores cabia nos arquétipos preferidos de uma certa Comunicação Social, muito militante no seu maniqueísmo perfilhado.

Lembremo-la nós e sejamos dignos do seu sacrifício.

Condolências à família da infortunada jovem e um abraço para os membros da 4R, que cumpriram dois anos de assinalável assiduidade na blogosfera, com muitos pontos altos atingidos.

Bem hajam e não esmoreçam.

RuiVasco disse...

E quantos de nós por aí perdidos em causas menores. Há quem encontre o sentido da vida de que falei já num post do prof Massano a propósito de outro caso exemplar!
Há quem nos ensine que vale a pena lutar, principalmente, quando nos conseguimos libertar do egoísmo competitivo que marca os tempos e as gerações de hoje!

Suzana Toscano disse...

É sempre chocante constatar que a violência e a maldade não escolhem as suas vítimas e ceifam a eito tudo o que lhes passa na frente. Que interessa agora saber o que os movia? Sabemos o que se perdeu, o desperdício de vidas abnegadas, de pessoas que decidiram ajudar os outros com sacrifício do seu conforto e da sua segurança, escolhendo a forma mais difícil de dar um sentido à vida. É o rosto da violência na sua forma mais tenebrosa.

Torquato da Luz disse...

Caro Cardão:
O facto que refere chocou-me profundamente.
Como sabe, tenho uma filha também advogada, que não há muito tempo participou igualmente numa missão humanitária em Moçambique.
Ainda há juventude generosa, que nos faz ter esperança no futuro, apesar de todas as desgraças do presente.
Junto-me à sua homenagem à memória de Idalina Gomes, cujo exemplo o País não deve esquecer.