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sábado, 2 de dezembro de 2006

A nossa Árvore de Natal...

Hoje foi o meu primeiro dia verdadeiramente dedicado ao Natal. Foi o dia da Árvore de Natal, de a decorar, sem antes ter percorrido meia Lisboa à procura do tradicional pinheiro e dos simples e rústicos enfeites que o enchem de um brilho colorido e cheiroso, como nos tempos antigos.
Encontrar o nosso pinheiro de Natal, aquele e não outro, não é tarefa fácil. Porque há sempre qualquer coisa na nossa imaginação que lhe quebra a harmonia – a altura, o verde, a copa – porque há como que um medo de, na hora da decoração, a nossa fantasia não ser correspondida.
Mas encontrar os enfeites que vão fazer do nosso pinheiro uma Árvore de Natal especial, diferente, única, que é a nossa, é uma autêntica maratona, sem fim à vista. As decorações que estão por toda a parte, porta sim porta não, são criativas e bonitas, todos os anos há novidades que levam meio mundo a perder a cabeça e a esquecer o que tem lá por casa, para de novo voltar a tudo comprar como se fosse a primeira vez.
Não me deixo normalmente contagiar pelas modernas e comerciais decorações, preferindo optar pelas nozes embrulhadas em papel dourado, as pequenas tangerinas picadas por pauzinhos de canela, os pequenos bolos secos, as velinhas de cera coloridas, as bolas de vidro matizadas, as estrelinhas cintilantes e, enfim, outras surpresas penduradas com finas fitas de seda.
A meio da tarde, depois de concluídas as necessárias, mas fatigantes, compras, iniciei a sempre fantástica e animada decoração da Árvore de Natal.
É um “ritual” que faço, como aliás tantas outras pessoas, todos os anos, que me dá um prazer e uma alegria muito especial, no recato da minha intimidade. Talvez porque é um daqueles raros momentos em que recordo e sonho o meu tempo de criança, um tempo de fantasia, em que o imaginário me percorria, e o mundo parecia perfeito. E é também nestes momentos que, no meio da escolha e da combinação destes e daqueles enfeites, que penduro mais acima ou mais abaixo, que retoco aqui e ali, vou lembrado sonhos vários e várias concretizações e vou pensando no milagre da vida, no tempo da vida que já passou, em como o tempo voa e a vida se acumula, mas que só assim os Natais se vão repetindo e a esperança continua.
É um momento em que dou largas à minha sensibilidade e projecto emoções, em que o meu coração se abre à Família e aos Amigos, que confio reconheçam na Árvore de Natal um pouco daquilo que somos, eu e eles.
No final tudo parece brilhar deslumbrantemente, numa atmosfera serena e de luz: para renovar noite após noite, até ao Dia 25 de Dezembro, até ao Dia de Ano Novo, até ao Dia dos Reis.

2 comentários:

Bartolomeu disse...

:)
É realmente uma viagem fantástica, cara M C A. Tão fantástica como revisitar o sótão da casa dos avós. Pensando melhor... a visita ao sótão é fantástica, as recordações e as imagens, os sons, os aromas, o toque do pinheiro e de todos os motivos decorativos, são uma viagem mágica. Mágica, na medida em que, por alguns momentos voltamos a ser crianças, recordamos as noites em que recebemos aquele presente especial que tanto desejámos.
(Talvez porque é um daqueles raros momentos em que recordo e sonho o meu tempo de criança, um tempo de fantasia, em que o imaginário me percorria, e o mundo parecia perfeito)
Doces memórias, de doces momentos, de doces aromas, de doces sabores.
Grato pela partilha de todas as emoções.

Suzana Toscano disse...

Obrigada, Margarida, por nos deixar fazer a sua árvore consigo é como se lá tivéssemos estado!:)