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domingo, 4 de fevereiro de 2007

“Automóveis, poluição e enfarte do miocárdio”...

As evidências científicas, a propósito do efeito da poluição atmosférica na saúde das pessoas, têm vindo a avolumar-se de forma consistente e muito preocupante.
Dois estudos recentes confirmam os efeitos negativos resultantes da poluição atmosférica.
Num deles, os meninos que viviam perto das auto-estradas corriam mais riscos de virem a sofrer de asma e de outras perturbações respiratórias. A função pulmonar diminuiu substancialmente, comparativamente aos que viviam mais afastados das vias rápidas. Todos os outros factores, que poderiam explicar a diminuição da função pulmonar, caso do tabaco, por exemplo, foram descartados.
Deste modo, e segundo este estudo, os meninos que vivem junto das auto-estradas, quando atingirem a vida adulta, sofrerão mais, não só de doenças pulmonares, mas, também, de doenças cardíacas.
O fumo dos carros é um dos principais contribuintes da poluição atmosférica, a par das actividades industriais.
O outro estudo (baseado no Women's Health Initiative) analisou 66.000 mulheres em 36 cidades norte-americana durante nove anos. Foi possível detectar um risco acrescido da mortalidade cardíaca, duplo nas zonas mais poluídas.
As partículas com diâmetro inferior a 2,5 micra são consideradas como as principais responsáveis, a par de alguns poluentes gasosos.
Tudo aponta para que, além dos naturais e crescentes problemas respiratórios, a poluição atmosférica passe a constituir um importante factor de risco cardiovascular, conjuntamente com os tradicionais e clássicos, tais como, colesterol elevado, hipertensão arterial, consumo de tabaco, diabetes e obesidade, entre outros.
Deste modo, as medidas de carácter preventivo deverão promover a redução da poluição atmosférica. Para o efeito, o sector industrial terá de tomar em linha de conta a localização, o uso de combustíveis menos poluentes e de filtros. Por outro lado, o tráfico automóvel deverá ser sujeito a redução acentuada, limitando o acesso às grandes cidades, favorecendo a compra de veículos mais ecológicos, estimulando a pesquisa de combustíveis não tão poluentes, reorganizando a circulação urbana, além de um melhor ordenamento do parque habitacional e uma mais eficaz monitorização da qualidade do ar.
Um dia destes, passaremos a aconselhar os doentes de alto risco cardiovascular dizendo-lhes: - Não fume! Não coma gorduras! Não beba tanto! Não ingira tanto sal! Faça exercício! Fuja dos centros da cidades! Fuja das chaminés das fábricas! Não viva junto de vias rodoviárias! Fuja dos automóveis! O seu coração agradece...
Ah, já me esquecia! Apesar de não estar ainda provado (um bom tema para investigar): – Fuja de certos políticos! O seu coração e a sua mente agradecem...

6 comentários:

Tonibler disse...

Certos políticos? Parece-me um conselho tipo deixe de fumar aos poucos....;)

Pinho Cardão disse...

Caro Professor:
...A sete pés!...

Anónimo disse...

Nessa medida as viagens de Estado podem ser consideradas uma benção, ainda que transitória, porque a poluição é feita lá fora, embora certos efeitos de estucha se façam sentir por cá.
Já as campanhas dos referendos aparentam gerar grande concentração de poluição, tal a qualtidade de disparates que se ouve de um lado e de outro.
É preciso, de facto, uma profilaxia eficaz. Fugir será mesmo o remédio?

Massano Cardoso disse...

Fugir náo é remédio. Mas que ajuda, lá isso ajuda...E a vontade é fugir para longe, mesmo muito longe. O exemplo que o Ferreira de Almeida foca, a campanha do referendo, é ilustrativo de uma verdadeira poluição mental!
É preciso ar puro, muito puro...

Tonibler disse...

A camapanha do referendo parece-me um dequeles fenómenos em que um crescimento exagerado de uma população de bactérias gera uma concentração exagerada de toxinas.
Penso que não nos devemos preocupar porque depois de dia 11 o assunto volta ser compras e scones.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Professor Massano Cardoso
Passamos a vida a fugir de tudo, a fugir de cada vez mais poluições... Não sei mesmo se conseguiremos resistir com tanta fuga. Para onde é que vamos?
Porque qualquer dia, com tanta prevenção que temos de fazer, não fazemos mesmo mais nada...