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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Cuidado com o estacionamento ilegal...

O trânsito e o estacionamento em Lisboa ultrapassaram há muito todos os limites. No que ao estacionamento diz respeito, vale tudo. Automóveis e camiões em cima das passadeiras de peões, em cima dos passeios, em cima das paragens dos transportes públicos, à porta dos parques de estacionamento públicos, em segunda fila, por toda à parte, é onde calha e depois logo se verá!
Não há uma única razão para explicar esta situação caótica. A falta de planeamento urbanístico, a falta de policiamento e a falta de civismo são, com toda a certeza, factores que contribuem para este estado de coisas.
Congratulo-me com a notícia segundo a qual os fiscais da EMEL – Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa começaram hoje a multar e a rebocar os veículos estacionados em segunda fila, nos passeios e nas passadeiras de capital.
Acho muito bem! Se a polícia de segurança pública não actua, pois que actuem os fiscais da EMEL, no pressuposto, como é evidente, que a lei lhes confere poderes para multar e rebocar.
Mas os problemas não se resolvem com multas e reboques. É preciso muito mais: uma nova política de circulação rodoviária para a cidade de Lisboa, incluindo mais alternativas de estacionamento.

10 comentários:

Pedro Sérgio disse...

Boas, Margarida Corrêa de Aguiar,
Sobre o seu artigo, tenho uma duvida e gostaria que esclarecesse,esta situação caótica será dentro ou fora das instalações do Municipio de Lisboa?

Cumprimentos

Pedro Sérgio (Palmela)

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Pedro Sérgio
A situação caótica descrita não é um exclusivo de Lisboa, assim com também não é um exclusivo do estacionamento! No entanto, ao escrever o texto estava a pensar no Município de Lisboa.
Consegui esclarecer a sua dúvida?

Pedro Sérgio disse...

D. Magarida C. Aguiar,

Fiquei esclarecido, mas ainda estou preocupado com a situação que a CML atravessa pela consideração que tenho pelos os membros da Mesa da Assembleia e pelo Presidente da Camara.

Um abraço

pedro Sérgio (Palmela)

Carlos Monteiro disse...

humm... lugar de garagem, não é, cara Margarida?

Bartolomeu disse...

Ora, ora, vamos lá deixar de malícia, caros senhores. A verdade, tal como foca a nossa cara M.C.A. é que estacionar em muitas zonas da cidade, torna-se missão mais-que-impossível, sobretudo em certas horas. Civismo (ou falta dele) necessidade absoluta (depois logo se vê), é só para entregar uma coizinha, saio já, ou ainda, não tinha alternativa, já ando ha mais de meia hora às voltas e não encontro um lugar. Podem ser, muitas vezes a desculpa para um mau estacionamento. Se alargarmos um pouco mais o olhar sobre a questão, iremos identificar um quase sem-número de outras causas. Para mim, e não sou utilizador das vias citadinas, excepto a 2ª circular e a calçada da ajuda, o problema prende-se também com a geografia. As nossas 7 colinas, as vielas, a concentração de serviços públicos em zonas centrais da cidade, são, a par da necessidade compulsíva de levar o carro até ao balcão da repartição, as causas mais evidentes para este caos.

Anthrax disse...

Ai, ai, «Magaguida, Magaguida»!

Eu não trago o carro para Lisboa porque moro em Lisboa e ando de carro dentro de Lisboa.

Não ando de autocarro, nem ando de metro (a não ser que me apontem uma pistola à cabeça e me obriguem), porque não gosto de calor humano nem sou sardinha para gostar de latas. Também sou alérgico a odores que me incomodam e os autocarros e o metro, são locais onde a concentração de toxinas e bactérias são elevadas. Por outras palavras, é nojento.

Eu sou daquelas pessoas que sentem, não só, os cheiros a "quilómetros" de distância, como também, ficam com vómitos quando os odores são desagradáveis. E isto é o menos da coisa. O que é, verdadeiramente, mau e altamente destrutivo é enfiarem-me num sítio fechado com muita gente. Sabe o que é que acontece? Não sabe mas eu digo-lhe:

1º - O batimento cardíaco aumenta consideravelmente;

2º - As mãos ficam geladas e as palmas começam a transprirar;

3º - A respiração começa a falhar;

4º - A adrenalina aumenta;

5º - O cérebro começa a dar indicações para sair dali o mais depressa possível;

6º - Olha-se à volta e só se vê gente e não se consegue sair;

7º - Temos um ataque de pânico à escala máxima e tudo quanto seja uma acção racional deixa de o ser. A única coisa que importa é sair dali, seja por que meio for, independentemente do número de pessoas que tem de se agredir pelo caminho. Não se vê mais nada, e nada mais importa a não ser a saída e ai da criatura que tentar tocar ou agarrar uma pessoa em pleno ataque de pânico porque outra coisa interessante é que em plena crise não se sente dor.

Isto já me aconteceu duas vezes de forma incontrolável e mais uma série delas de uma forma que, felizmente, consegui controlar antes de atingir o máximo e não é uma coisa, propriamente, engraçada.

Tudo bem que isto é um caso específico, pode acontecer em qualquer local e a maior parte das pessoas gostam de sentir o calor humano nos transportes públicos e gostam de estar à espera nas paragens.

Quando estava a trabalhar na Expo lembro-me de ter experimentado ir uma vez de metro e outra vez de autocarro. Apanhando o metro no Colégio Militar, demorei 45 minutos até chegar á Estação do Oriente. De autocarro, demorei 55 minutos. De carro, com trânsito, atravessando a 2ª Circular, demorava entre 15 a 20 minutos (e não tinha que andar a pé), por isso façam as contas.

Quem me dera que Lisboa fosse como Copenhaga, tudo direitinho e o pessoal andava de bicicleta mas, como diz o Bartolomeu, não é. Além disso, eu pago imposto de circulação à CML por algum motivo (que já não deve ser o estado de conservação das ruas e estradas)e até sou bastante cumpridor no que toca aos estacionamentos. Agora, se houver um «emelga» que toque no meu «pópó», seja porque motivo for e se não for possível a resolução pacífica do conflito, vai tudo - literalmente - de cangalhas, até porque os «emelgas» podem ser as bestas que quiserem mas não são nem autoridade, nem agentes da mesma e como tal não lhes reconheço legitimidade nenhuma (com ou sem lei)para mexerem em qualquer carro que seja e se isso acontecer, nada melhor do que apresentar uma queixa na polícia por roubo.

Por muito indecente que seja estacionar em cima dos passeios ou em segunda fila (que o é), é inaceitável estar a transferir competências exclusivas de uma autoridade cujas funções são as de fazer observar a Lei e a Ordem, para um organismo privado que não tem, nem pode ter essas funções.

Quem tem legitimidade para fazer cumprir o Código da Estrada são as forças de segurança e a EMEL é uma empresa privada de fundos camarários, não é uma força de segurança.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Varo cmonteiro,
Lugar de garagem? Sim, o que todos desejaríamos ter. Certo?

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Bartolomeu
Talvez fosse possível uma melhor conciliação entre a beleza das sete colinas e o caos das ruas. De Lisboa. Conheço bem a Ajuda e faz-me imensa pena ver o estado de degradação desta zona. A começar pelo inacabado e amputado Palácio da Ajuda, que até hoje ninguém teve a "iluminação" e vontade política de acabar. A Ajuda é uma zona de grande carga histórica, lindíssima pela sua monumentalidade e o seu bairrismo, semeada de igrejas e jardins, quintas e palácios e palacetes, pracetas e outros adornos.
Uma zona com um potencial turístico fabuloso. Merecia um plano de recuperação e revitalização. Merecia um melhor destino em Lisboa. Infelizmente o que está a dar é a zona oriental da Cidade e a construção de mais cimento. Em vez de reabilitarmos os nossos centros históricos. Construir e mais construir, com tanta coisa bonita para restaurar e integrar e com a população a diminuir, não pode dar bom resultado!

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Anthrax,
Tem sorte em não ter que andar nos transportes públicos porque é a inevitabilidade de muitos portugueses. Com a alergia que tem aos odores – que tão bem descreve –não sei o que lhe aconteceria se tivesse mesmo que andar de autocarro e/ou de metro. Não sei se o táxi seria uma alternativa!
E lamento muito as suas condições de trabalho. Não é nada agradável, ainda para mais com as consequências que descreveu. Não queria estar no seu lugar!
Caro Anthrax, relativamente à sua indignação quanto à actuação da EMEL, estarei de acordo se não estiver dentro da lei. Indignação causa-me, sim, o facto de os transportes públicos continuarem a não dar uma resposta alternativa ao transporte em viatura própria e do estacionamento não ser suficiente e adequado às necessidades.
Lisboa não é Copenhaga, que também conheço. Seria bom sim, mas não é! Há muitas coisas que podem e devem ser melhoradas. Mas o óptimo é inimigo do bom!
Quanto às multas, muitas delas são mesmo merecidas!

Carlos Monteiro disse...

Cara Margarida,

Eu sabia...