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segunda-feira, 14 de maio de 2007

Antes...como agora!...

Num programa sobre Lisboa, foi hoje entrevistado na RTP2 o Arquitecto Nuno Portas. Um belo programa, pelo conteúdo que o entrevistado lhe deu e pela capacidade de comunicação esclarecida e simples que exibiu, absolutamente contrastante, aliás, com a pose teatral da entrevistadora, Paula Moura Pinheiro.
Tendo-lhe sido perguntado se era verdade que tinha subscrito um abaixo-assinado contra a construção da Ponte sobre o Tejo, ex- Salazar, o Arquitecto respondeu que sim. E explicou que, ao tempo, a necessidade da ponte não teria sido lá muito bem explicada e que, sobretudo, foi sensível à argumentação de que a mesma só iria servir para a especulação imobiliária. Um sorriso trocista revelou o que agora pensa do argumento.
Pois há dois ou três dias li que, entre outras notabilidades, o Eng. João Cravinho apresentou o mesmo argumento a propósito da construção do novo aeroporto na zona do Poceirão.
Antes, como agora, o argumento definitivo de certas esquerdas!...
Até porque a OTA nasceu bactereanologicamente pura e não contaminável por tal vírus!...

6 comentários:

António Viriato disse...

Caro Pinho Cardão,

Também estive a ver esse programa da Paula Pinheiro, que já tem sido mais feliz noutras intervenções, quando perde aquele excesso, aquela veemência assertiva que ela julga necessária à sua sede de protagonismo. O programa vale principalmente pelos convidados e pela oportunidade que lhes é dada de se exprimirem, i.e., a que sobrar depois das extensas e múltiplas interrupções dela.

Achei curiosa a associação de Nuno Portas, arquitecto, com Jorge de Sena, então engenheiro civil, verdadeiro, pela FUP, embora não esteja seguro se inscrito na Ordem. Haveremos de inquirir o Bastonário. Dois homens inteligentes, Portas e Sena, cultos e com formação adequada para discutir o assunto da então Ponte sobre o Tejo, mas nitidamente polarizados pela luta política contra Salazar, de quem só poderiam achar coisas desacertadas. É assim mesmo: com frequência, a paixão política obnubila as mentes, mesmo as mais esclarecidas.

Bom início de semana e, como sempre, votos de inspirados textos.

António Viriato disse...

Corrijo FUP, por FEUP, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Tonibler disse...

Curioso que, tanto nessa altura, como agora, um país cheio de dificuldades e necessidades resolva estoirar um esparrame de dinheiro numa obra e as questões se reduzam a detalhes de engenharia. Daria um estudo interessante, os custos de oportunidade da ponte sobre o Tejo...

Pinho Cardão disse...

Caro António Viriato:
Pois concordo inteiramente com a sua análise!...

RuiVasco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
RuiVasco disse...

Ora bem, com rigor não se esqueçam que Salazar foi o primeiro a defender, durante muito tempo, que aquela ponte não se deveria construir. Defendia ele que Lisboa, ao crescer, deveria fazê-lo para Norte. Tudo seria mais fácil,desde as comunicações, ao controle demográfico,portanto menos oneroso e mais fácil todo o processo! Que uma ponte para o outro lado do rio iria provocar exactamente o que defendeu Nuno Portas. E que depois de uma seria necessário, duas, etc!