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domingo, 20 de maio de 2007

O tempo

Os analistas e oráculos do costume têm a certeza de que quem ganhar as eleições de Julho para a Câmara de Lisboa, ganhará as próximas, em 2009.
Esquecem-se que na política portuguesa dois anos é uma eternidade.
Em 31 anos vamos com 17 governos constitucionais. Achem a média e verão quão curto no tempo é o ciclo político. Basta recordar o que em menos de dois anos aconteceu a Guterres, Barroso, Santana Lopes ou o Carmona Rodrigues.
Para já não falar em casos recentes em que o mandato se exerceu por...1 mês e 10 dias!

5 comentários:

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

José Mário
Não há certezas de nada e muito menos em política. Por certo que esses analistas não têm a certeza, mas é preciso ser repetidamente "original", porque o passado já lá vai...São os mesmos que contribuem para encurtar os ciclos eleitorais, naquele tom de fatalismo que também já conhecemos. Enfim, os astros parecem não estar do seu lado.

Anónimo disse...

É mesmo, Margarida. Ainda há pouquinho me recordaram que um dos principais arautos do devir da nossa praça, na sequência das eleições alemãs prenunciava (com convicção tal que parecia tê-lo ouvido da própria), que a Sr.a Merckl não se aguentava mais de 3 meses tal com a votação que obteve, e que a Alemanha iria a votos. Vê-se!
A nossa convivência com a instabilidade é tanta que não só não damos grande importância ao acto de um juiz designado pelo Parlamento ter abandonado o cargo um més depois de ser investido, como não nos faz impressão que os nossos sábios olhem para os Estados com tradições de estabilidade e achem que ali são como nós. Não são, e o facto de não serem explica muito...

Suzana Toscano disse...

É isso mesmo, o tempo não é valorizado porque as acções que ele possa permitir também não. É o sound bite que conta, o desfiar de nomes e factos, os assuntos em si passam despercebidos. E continuamos com essa mania de comparar números e factos, sem ir à razão de ser das coisas, apenas porque não estamos na disposição de as corrigir.

Suzana Toscano disse...

Uma pessoa dizia-me hoje que nunca houve nenhum ministro capaz de mudar significativamente as coisas num sector sobre o qual conversávamos. Fizémos as contas ao número de ministros que o sector conheceu, a tal média de que fala o Zé Mário, e foi a minha vez de lhe perguntar o que sentiria ele se o mandassem embora a meio do mandato que agora iniciou e depois o enfileirassem com os que "não conseguiram fazer nada capaz?..." Acho que percebeu.

Anónimo disse...

Exactamente, Suzana.