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quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Um abraço, José Luís Vieira de Castro

Leio e ouço, preocupado e revoltado, as notícias de hoje. Preocupado porque sei bem o efeito que podem ter no teu estado de saúde. Revoltado, porque esta a cultura da culpa, esta pulsão para o escândalo a qualquer preço, esta propensão doentia para os processos de intenção, nem o elementar direito à legitima defesa da tua honra te permitem exercer.
Mas revoltado também porque, atento todo o dia, não ouvi ninguém do partido a que pertences e a que te dedicaste, vir em tua defesa. Já assisti vezes demais a este filme. E por isso há muito tempo que não tenho qualquer ilusão sobre a crueldade e a hipocrisia que reinam na vida político-partidária, onde raramente as amizades sobrevivem às conveniências e às ambições (ou às cumplicidades do momento!), e a solidariedade é palavra vã. Isso explica os silêncios...
Sei que de nada vale o meu testemunho. Tem todavia a pequena vantagem de não estar prisioneiro de nenhuma conveniência, partidária ou outra. E não é, acredita, influenciado por qualquer sentimento de compaixão pois estou certo que, se quiseres, em breve estarás de plena saúde entre os que consideras. É um testemunho de alguém que privou contigo pouco tempo no Governo, mas o tempo suficiente para reconhecer um homem profundamente sério e honrado.
Aqui fica, para memória futura, ditado pela minha consciência, valha o que valer.
Um abraço, José Luis.

8 comentários:

nikonman disse...

Chegámos ao grau zero da política.
Às vezes sinto vergonha de desfraldar a bandeira do meu Partido (PSD) em defesa dos interesses dos cidadãos. Os interesses, os compadres, falam sempre mais alto.
Sinto-me triste!
Parabéns Ferreira de Almeida, por manter a coluna direita.

Tonibler disse...

O Vieira de Castro é meu vizinho, embora não conheça, passa por mim há anos e percebi alguma debilidade física nos últimos tempos. O que nunca percebi foram sinais de enriquecimento súbito e, por isso, a notícia me pareceu claramente "encomendada". Se fosse outro, se calhar passsava, este não me passou.
E, caro JMFA, não foi "encomendada" fora do PSD, foi encomendada de dentro do PSD, indiciando um comportamento mafioso.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Tive o gosto de conhecer pessoal e profissionalmente o José Luís Vieira de Castro.
É lamentável mais esta perseguição acusatória injusta e maldosa na praça pública, envolvendo o seu bom nome. É uma vergonha.
Expresso a confiança que tenho na sua seriedade e correcção e manifesto a minha total solidariedade.
Desejo que o José Luís continue a recuperar a sua saúde e que em breve voltemos a beneficiar da sua contagiante boa disposição.

Massano Cardoso disse...

Caro Ferreira de Almeida
Agradeço a posição que tomou e à qual me associo com toda a naturalidade.
Conheci o Vieira de Castro na AR e fiz amizade com ele. Mas quem é que não consegue fazer amizade com ele? Alguns, pelos vistos! Considero a atitude do PSD, o seu silêncio, como mau sinal para o partido e para o país. Mas os silêncios são muito comuns entre nós.
Quanto aos ataques e à forma como são feitos traduzem uma situação político-social de plena degradação em que muitos “agentes” estão presentes. Ganham a vida matando a de outros.

Pinho Cardão disse...

Gostava de ter escrito este texto do Ferreira de Almeida.
Conheci o Dr. Vieira de Castro aquando da minha efémera passagem pela Assembleia da República. Homem probo, honesto, amável, prestável, bem disposto, simples, mas com valor, com forte ideia de serviço, um homem bom. Tem toda a minha amizade e solidariedade. Daqui vai um abraço para o Vieira de Castro e os votos de um rápido restabelecimento.

Pinho Cardão disse...

Esqueci-me de dizer que ainda tamb�m n�o ouvi uma palavra que fosse de solidariedade por parte do PSD.� inacredit�vel e imperdo�vel que o politicamente correcto, se o � prevale�a sobre quem o serviu com dedica�o.

Suzana Toscano disse...

Lamento só agora poder vir aqui expressar vivamente a minha concordãncia com o ferreira d'Almeida, cujo post subscrevo inteiramente. è absolutamente abjecta a forma como Vieira de Castro é chamado á liça, como se ele precisasse ou pedisse alguma condescendência. É um home íntegro e corajoso, não precisa que outros venham falar por ele. A minha inteira solidariedade ao Vieira de Castro, que a amizade que lhe tenho só sublinha.

Suzana Toscano disse...

E concordo que há silêncios demolidores, qualquer palavra expressa seria menos vergonhosa. Mas tudo isto é inqualificável.