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quarta-feira, 23 de abril de 2008

O PS/PSD

O Governo anunciou alterações ao Código do Trabalho, da responsabilidade do Governo PSD/CDS, no sentido de uma maior flexibilização laboral.
Lembro-me da barragem de críticas que o PS fez ao actual Código, em grande convergência e coro com o PC e o inevitável Bloco, em nome dos ideais e de uma política de esquerda. Tem sido, aliás, essa a posição constante do Partido Socialista, quando na Oposição, em todos os processos legislativos que podem significar alguma, ainda que leve, adaptação aos novos tempos, e geralmente liderados pelo PSD: crítica sistemática e destrutiva.
A confirmação plena dessa conduta está nas palavras de Mário Soares, quando referiu que “meteu o socialismo na gaveta”...
Bem aferrolhado, a cadeado e fechadura de segurança, continua o “socialismo” de Sócrates.
O que não acho mal, antes pelo contrário. O que Sócrates fez de bom nada cheira a socialismo. O que Sócrates fez de bom vem sendo reclamado pelo PSD há anos, mas sem o poder realizar, por inépcia própria e pela dificuldade de ultrapassar o “ambiente” desfavorável” às mudanças, criado pelas oposições, corporações e organizações sindicais.
Na oposição, o PSD nunca fez a política de terra queimada do Partido Socialista.
Por isso, seria honesto que o PS se deixasse, por uma vez, dessa ridicularia de se armar em grande defensor das políticas de esquerda, para enganar papalvos.
Na sua melhor prática governativa, o PS deixou de ser PS para ser PS/PSD, com o defeito de não conseguir justificar ideologicamente os seus actos governativos.
Na pior prática governativa, é o verdadeiro PS, bem identificado na sua ideologia.

6 comentários:

Pedro disse...

Sócrates só engana quer quer...

Rui Fonseca disse...

". O que Sócrates fez de bom vem sendo reclamado pelo PSD há anos, mas sem o poder realizar, por inépcia própria e pela dificuldade de ultrapassar o “ambiente” desfavorável” às mudanças, criado pelas oposições, corporações e organizações sindicais."

Caro Pinho Cardao, boa tarde!

A mim, que nao sou partidario, o que me interessa e que alguma coisa boa tenha sido feita e, sobretudo, que alguma coisa esteja a ser feita. Se Socrates a fez, segundo dizes, optimo!

Quanto a nao a ter feito o PSD por inepcia propria, e de lamentar, porque teve possibilidades de o fazer (tinha maioria na AR com o CDS)e nao o fez. E nao o fez porque Barroso desertou e entregou o governo a Santana Lopes. Foram anos de desaire para o PSD.

Tem agora uma possibilidade para se recompor. Consegui-lo-a? Oxala!

Mas, mais do que criticar Socrates, neste momento o que me parece importante e que o PSD volte a ser um partido credivel. Portugal precisa.

Tonibler disse...

Caro Pinho Cardão,

O anterior código do trabalho era uma patetice que, como seria de esperar, o ministro Vieira da Silva resolveu aprimorar com a sua percepção lenta do mundo económico. Aliás, neste tema, o melhor é esquecer quer o PS, quer o PSD, quer o CDS de onde era originário Bagão Félix.

Jorge Oliveira disse...

“O que Sócrates fez de bom vem sendo reclamado pelo PSD há anos, mas sem o poder realizar”.

Ora, quando o caro Pinho Cardão escreve “Lembro-me da barragem de críticas” o termo “barragem” teve o condão de me sugerir uma diferença radical entre este governo do PS e os dois governos anteriores do PSD, que não confirma aquela ideia.

De facto, não tenho procuração de Sócrates, nem tenho simpatia pelo homem, antes pelo contrário, mas a recente decisão de lançar a construção de uma dezena de barragens é um crédito de Sócrates e uma vergonha para os dois anteriores governos do PSD, que se estiveram nas tintas para esta matéria.

Eu sou engenheiro e fui o coordenador da área de Energia do Gabinete de Estudos do PSD até inícios de 2000, antes da vitória eleitoral de Durão Barroso, a quem propusemos vivamente o relançamento da construção de vários aproveitamentos hidroeléctricos, desde há muito inventariados e absolutamente necessários ao país.

Durão Barroso colocou Carlos Tavares no Ministério da Economia. Aquele desgraçado tinha tal alergia a engenheiros, que não havia um único em todo o ministério. Rasgou as propostas do Gabinete de Estudos, de quem nem sequer queria ouvir falar (recebeu-nos uma única vez e deixou-nos a certeza de que era um refinado incompetente) e entregou o sector energético nas mãos de consultores. Fizeram um trabalho infame. E barragens nem vê-las. A seguir veio o Santana Lopes que nem pegou no assunto.

Por isso, quando se diz que o PSD queria fazer isto ou aquilo, mas coitadinho não tinha poder suficiente, é bom verificar se foi falta de poder ou se foi incompetência.

Lamento se agrido as convicções de alguém neste blogue, mas dificilmente encontraria alguém com maior vazio de ideias do que Durão Barroso, para além da ideia fixa da promoção carreirista. Dizia ele que encontrou o país de tanga. Pois ele deixou o país com a mesma tanga, mas de rastos.

Pinho Cardão disse...

Caro Pedro:
É verdade!...
E força com essas aulas de Geografia, para o pessoal saber onde está!...

Caro Rui:
Oh! Se precisa!...

Caro Tonibler:
Claro que o Código não é uma obra-prima. Mas constituiu um avanço, sem o qual mais difícil era agora dar-lhe outro fôlego!...

Caro Jorge Oliveira:
Bem escusava eu de ouvir essa!...
Mas, enfim, acontece que as nódoas se notam melhor num bom pano!...

Tonibler disse...

Caro Pinho Cardão,

O que resultou do anterior código do trabalho foi um custo adicional à contratação fazendo com que uma pessoa que saia de livre vontade de uma empresa leve uns 4 ou 5 salários. Quem tiver currículo pode ficar rico despedindo-se de empresa em empresa. Tudo porque queriam fazer uns ajustes no regime de horários das empresas falidas do Vale do Ave. Foi um grande avanço...
Agora com o Vieira da Silva espero um "avanço" do género, qualquer coisa que tenha um impacto no desemprego (para cima) de 1%. Isto se o sujeito cumprir com as espectativas, porque até as pode superar..