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quarta-feira, 23 de julho de 2008

Polícia Judiciária, escola de ficção!...

Os agentes da Judiciária começam a evidenciar um perfil muito peculiar.
Nas funções de Inspecção revelam-se uns acabados ficcionistas, compõem personagens a jeito e aguentam novelas com mais de trezentos capítulos. Contudo, não conseguem solução aceitável para a trama imaginada e a obra acaba por exaustão.
Em contrapartida, quando passam à peluda, revelam-se polícias despachados e expeditos e, em três tempos, apresentam a versão autêntica dos factos e a resolução do enigma.
Sao ficcionistas na profissão e apresentam-se como "inspectores" fora dela.
Mas o que está a dar é isto mesmo. O fracasso na função é o êxito da ficção.
Depois dos romances da Joana, os romances de Maddie: a Judiciária reconverte-se em escola de ficcionismo!...

6 comentários:

Tonibler disse...

E ainda faltam os resultados da Casa Pia. O que não deixa de ser mau, pelo menos acho que mais ninguém vem falar em prestígio dos magistrados e da polícia criminal.

Rui Fonseca disse...

Bem visto, António.

Tavares Moreira disse...

Pinho Cardão: não esquecer que ganhamos mais um excelente comentador para os programas de televisão dedicados à criminologia ficionista, que são aliás cada vez mais frequentes!
Matéria não lhes falta, de resto, num País que caminha célere para um estado de surrealismo generalizado e em que as questões de índole criminal passaram a ter uma jurisdição nova e muito desembaraçada - a praça pública!

PA disse...

Porque tenho familiares na Polícia Judiciária, a um nível superior, e sei a DIGNIDADE e a DEDICAÇÃO com que desempenham a profissão, parece-me injusto o que escreveu, Dr. Pinho Cardão.

Pode acreditar que na PJ fazem-se muitas omeletes sem ovos.

Mas às vezes, nem messmo assim possível, foi o caso.


Diga de preferência assim Dr. Pinho Cardão:

- Há muita responsabilidade política nos problemas de funcionamento da PJ.

E apenas um detalhe, Caro Dr., o Inspector Gonçalo das duas filhas que tem, uma delas, tem uma idade entre a idade de Maddie e de Joana. Apenas um detalhe.....


Pobre Inspector, calharam-lhe as duas:

- Maddie e Joana.


Queira Deus que a Scotland Yard faça jus em Inglaterra, ao seu prestígio. Porque o(s) criminoso(s) estão lá, neste momento. Impunes.

Inglaterra, um país onde desaparecem muitas crianças que nunca mais voltam a aparecer.

Pinho Cardão disse...

Cara Pèzinhos:
Não pretendo pôr em causa a Polícia Judiciária. É uma instituição credível,em quem, em geral, podemos confiar.
É facto que a PJ não conseguiu deslindar o caso Maddie. Não a critico por isso; os agentes nem sempre fazem o milagre de tudo descobrir. Basta-me que tudo tenham feito para isso. Um dia se saberá, porventura.
Mas não posso aprovar alguns métodos nem atitudes e acções de alguns dos seus agentes, como é o caso presente.
No preciso momento em que as autoridades arquivam o caso por falta de provas, um dos ex-responsáveis do caso vem "manipular" a opinião pública com as "certezas" das suas conjecturas.
E aqui é o próprio Inspector que aparece a denegrir a polícia. Se as suas certezas não eram meras conjecturas, a polícia deveria ter actuado em conformidade. Acontece que o Inspector não conseguiu convencer a Polícia de que assim era, o que significa que a Polícia as tomou por conjecturas. Mas vindo reafirmar as certezas, está a passar um labéu de irresponsabilidade à Polícia. Portanto, quem está a ser injusto para com a Polícia é o Inspector e não eu. Tanto mais que, a partir de agora, está lançada a semente de uma desconfiança generalizada na actuação da Polícia Judiciária.
Cara Pèzinhos: concordará comigo que o lançamento do livro, agora, será uma mera questão de oportunidade, para não dizer deoportunismo. Como foi a do lançamento do livro da Joana.
Com toda a ajuda e apoio da RTP, canal público.

Suzana Toscano disse...

Creio que o Pinho Cardão exprime aqui muit bem o sentimento generalizado que todos estas guerrilhas dentro da PJ suscitam. Percebo a revolta da cara Pezinhos e a sentida defesa que faz de quem conhece mais de perto, o que lhe permite ver o que os outros não podem ver. Mas por isso mesmo, porque a PJ tem um nome a defender e muitas pessoas que dão o seu melhor, não pode ceder à tentação de vir explicar na praça pública os seus debates internos, confundindo espectáculo com um trabalho exigente que não deve sair dos bastidores. Não consigo perceber a quem aproveitam estes livros, este "lavar de honra" ou tira-teimas pessoais, como se tudo se resumisse a uma questão de opiniões. Que não tenham desvendado o mistério do desaparecimento da menina, ninguém de boa fé pode criticar, apenas lamentar. Mas este triste desenvolvimento a pretexto desse caso é que é muito criticável. E nota-se uma grande falta de sangue frio nestes investigadores, o que é preocupante.