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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Por caminhos da Dácia e da Trácia: A Cruz de Raphael e o Superior burocrata

O Mosteiro de Rila, património da humanidade de que falei há dias aqui no 4R, tem um museu muito rico, sendo, no entanto, de destacar uma verdadeira obra-prima, a Cruz de Raphael, nome do monge que a criou.
A Cruz tem a particularidade de exibir nos seus braços, de oitenta por quarenta centímetros, esculpidas em madeira, num maravilhoso trabalho de miniatura, mais de cento e quatro cenas bíblicas com 600 figuras humanas cujo maior tamanho será o de uma unha.
O trabalho de Rafael durou doze anos e só podia ser feito em dias claros de sol.
Como quase sempre sucede, o seu trabalho artístico não teve a compreensão de muita gente; é facto que Raphael recebia reprimendas constantes e porventura até punições do Superior do Mosteiro, um monge mais dado às burocracias do que às artes, sempre que chegava atrasado às cerimónias conventuais, tentando aproveitar, ao máximo, os primeiros e os últimos raios do sol.
Este trabalho de fina escultura começou em 1790 durou 12 anos, ao longo dos quais Raphael foi ficando com a vista cansada até cegar por completo.Com o sacrifício das reprimendas e da cegueira, Raphael fica para a história dos grandes criadores de uma obra-prima notável na arte da miniatura. Do Superior burocrata parece que a história não reza.

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