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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O meu plano tecnológico

Na qualidade de ofendido, entrei hoje pela primeira vez no Tribunal da Boa-Hora em Lisboa.
Ia ser ouvido através de videoconferência num julgamento que decorria no Porto.
Após quase hora e meia de espera, levaram-me para uma sala.
Estranhei o local.
Disseram-me que era a "biblioteca".
As salas de audiências estavam ocupadas.
Indicaram-me uma cadeira onde me sentei, frente a um velho monitor que tinha em cima uma webcam.
Ligaram o computador.
Fiquei surpreendido. Ainda usam o Windows 98.
De seguida abriram o programa e lá apareci na imagem capturada pela webcam.
Esperámos cerca de 3 minutos.
A imagem começou a clarear. Depois a escurecer. De seguida tremeu e...
... desapareceu. Ficou tudo negro.
Chamaram o técnico de informática.
Era uma senhora que protestava contra a situação.
Fecharam o programa e voltaram a abri-lo.
Continuava tudo negro.
"Já era a terceira webcam".
"Já pedi webcams aos colegas de outros tribunais".
"Mandaram-me duas, mas não funcionam".
"Não tinha outra de reserva".
Em suma, nada podia fazer.
À medida que assistia, foram passando pela minha memória as imagens dos anúncios da banda larga, do elogio do Magalhães, das novas oportunidades, dos quadros interactivos nas escolas, do plano tecnológico, do simplex... tanta coisa.
À minha frente havia algo que não colava com os anúncios.
Finalmente, encontrara o meu plano tecnológico!
Por fim, mandaram-me embora com o aviso de que serei novamente convocado para ser ouvido em videoconferência.
Saí com uma enorme curiosidade. Não consegui ver o computador, seria um ZX Spectrum a 8 bits? Acho que o irei reencontrar brevemente.

2 comentários:

Tiago Barbosa disse...

Estamos cada vez mais a assistir a um Governo de fachada. Em Matosinhos os Magalhães foram distribuídos para a visita do Primeiro Ministro, e retirados às Crianças após a mesma...
Agora prepara-se a visita da Ministra da Saúde, e mais encenações serão vistas nos nossos canais televisivos...
Estejam atentos!

Anónimo disse...

Oh, Vitor! Se fosse só isto...