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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O pêndulo imperfeito


No jantar de 2ª feira da Plataforma Construir Ideias, de Pedro Passos Coelho, subordinada ao tema "Crise, Globalização e Intervencionismo do Estado", Pedro Adão e Silva, um dos oradores convidados, teorizou sobre os movimentos pendulares da história, concluindo que, neste momento, o pêndulo descai para o intervencionismo, para o fortalecimento do papel do Estado, em suma, para a esquerda.
Na fase de debate, contestei que a teoria fosse aplicável em Portugal, onde a nota dominante foi sempre um forte intervencionismo do Estado, com a agravante de se fazer sentir, muitas vezes, onde não devia. Socorrendo-me de alguns exemplos, concluí que não havia pêndulo ou, a havê-lo, seria defeituoso, já que apenas se deslocava do centro- esquerda para a esquerda ou, na melhor e maior das amplitudes, do centro para a esquerda.
Na resposta, Pedro Adão e Silva, aludindo embora a razões não coincidentes com as minhas, reconheceu que o pêndulo era, de facto, imperfeito.
Imperfeito e esquerdista, que nada ajuda à teoria, junto eu!...

6 comentários:

Suzana Toscano disse...

É no que dá procurar imagens impressivas, que soam bem mas que não contaram com alguém que não se limita a "engolir" a imagem e fica a elaborar sobre ela e o seu sentido. Azar da lógica.

Bartolomeu disse...

Esse pêndulo pendular
Com ares de "Alfa" invertido
Pende pró lado do azar
Sente-se por ele atraído

Esse pêndulo pendular
Já perdeu o magnetísmo
Agora, gira sem parar
É um pêndulo de eufemismo

;))
Não sei muito bem do qué que estou a falare, mas prontos, fiz um berso, e os tempos assim vão, não importa dezere, o qué preciso é falare...

Ruben Correia disse...

Para os incompetentes bem pensantes do regime, é natural que defendam mais Estado. Sem ele ficam sem emprego. Tivessem uma profissão produtiva ou minimamente relacionada, provavelmente o excelentíssimo doutor Adão e Silva teria uma posição bem diferente. Ele sabe bem demais que é mais fácil controlar a sociedade através do aparelho de Estado e deste modo toda a economia e o desenvolvimento do país, do que dar liberdade às pessoas e livre iniciativa às empresas para que cada um possa prosseguir a sua "busca pela felicidade".

Relacionado com o tema, acabei de ver uma reportagem muito interessante sobre o intervencionismo do Estado e as suas aclamadas "virtualidades", tantas vezes meras ilusões para manter o circo a correr: John Stossel 20/20 : Politically Incorrect Guide To Politics. É altura das pessoas reclamarem para si o controlo do seu próprio destino, com responsabilidade. Ou será que já não se lembram do que aconteceu em 89?

Bartolomeu disse...

caro rxc, está certo de que uma bancarrota é evitável, transferindo o poder do estado para o povo?

Ruben Correia disse...

Caro Bartolomeu, então mas numa democracia, o poder não deveria, em tese (...), estar no δήμος, ie. no povo?

Já reparou na crescente liberdade que é dada em termos de certos costumes (eg. aborto), mas aquilo que você faz com o dinheiro que ganha, alto lá que aí o Estado tem uma palavra a dizer. Não acha que nas sociedades consumistas (gostemos ou não) em que vivemos, a principal liberdade que podemos ter é a económica? Concorda que seja o Estado, através do seus burocratas corruptos desligados da realidade, a administrar a maioria dos recursos económicos do nosso País? Não teve já "planeamento" que chegue nas últimas décadas?
Veja o exemplo no link acima do que tem sido feito por particulares em New Orleans versus as ajudas do governo federal, os subsídios a determinados grupos de interesse muito bem instalados (geralmente recorrendo a um discurso de medo e dúvida para justificar essas acções).

Será assim tão descabido pedir um pouco mais de liberdade? É que o que se está a assistir não é uma bancarrota (viu algum banco a ir à falência?), mas sim uma brutal transferência de riqueza dos sectores produtivos para os sectores especulativos da economia.

Bartolomeu disse...

Caro rxc, é claro que não concordo que o poder seja administrado por burocratas corruptos, por boy's e por afilhados coloridos. Contudo estou completamente consciente que é necessário existir a administração e regulamentação de um estado democrático, um estado que não diferencie os cidadãos e que crie e proporcione condições para que todos igualmente possam desempenhar um papel activo na sociedade, participando em igualdade nos direitos e obrigações do Estado.
Liberdade, não é aquilo que efectivamente falte ao povo Português, mas sim conhecimento e consciência da mesma. Enquanto nas nossas escolas, na disciplina de cidadania não for ensinado mais nada aos alunos que a prática da colocação do preservativo, teremos infinitamente votantes desinformados e desajustados da realidade social e política do país onde vivem e do qual são cidadãos efectivos.