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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Reabilitar a política, será possível? (II)

Reagindo às palavras proferidas pelo seu camarada Santos Silva, Manuel Alegre vem apoiar outro histórico do PS (Edmundo Pedro) que na mesma reunião denunciou um "clima de medo" vivido no Partido Socialista.
Pensei que a denunciada limitação da liberdade dos militantes do PS era devida à falta de oportunidades internas de os ditos se exprimirem. Ou das missas em que se tornaram as reuniões socialistas, como há dias se escutou da boca de João Cravinho.
Afinal não. Manuel Alegre vem revelar que o medo é devido ao "clientelismo". Diz-nos que o medo que paralisa os militantes é o de "não ser candidato", "não ser promovido", "não ser colocado pelo presidente da câmara". Assim, abertamente!
Quem acredita nesta república?

7 comentários:

Anónimo disse...

Caro Ferreira de Almeida, tomando à letra a pergunta retórica com que termina o seu post, posso apenas responder-lhe por mim. Eu não acredito nesta república. Não acredito no país, não acredito no modelo político, não acredito na sua governação, não acredito na sua evolução em quaisquer items sociais e económicos e não acredito no modelo económico. Aliás, há muito que digo e até neste espaço, que Portugal é hoje em dia um manicómio com 92000 km2 de área. Um país que vive num ambiente de fim de festa em que já toda a gente baixou os braços. E o que é mais, duvido que algum dia deixe de ser o que é. Já não tenho quaisquer esperanças de ver algum tipo de diferença para melhor.

Suzana Toscano disse...

Caro zuricher, é preciso confiar nalguma coisa, a 4ª república já seria um bom começo :)

Tonibler disse...

Mas caro JMFA, alguém luta pelo fim da partidocracia? Vamos ver agora com o "consenso alargado" para a regionalização se não vai ser o road map para cada partido conseguir ir buscar (ainda) mais um pouco da vida de todos nós para que estas palavras de Alegre sejam ainda mais verdadeiras que aquilo que já são. E a questão é unicamente essa, há alguém que lute contra os partidos?

Henrique Pereira dos Santos disse...

Pedindo desculpa por mais uma vez estar a fazer propaganda de mim e do blog onde escrevo, peço que procurem no post que fiz ontem sobre ética na admnistração pública a fundamentação da opinião que deixo aqui: não basta questionar a política ou os políticos. Há um caldo de cultura social que nos conduz aqui. O que só pode ser alterado com tempo, firmeza e um esforço significativo na reforma da justiça (incluindo o reforço do controlo independente da legalidade e fundamentação das decisões administrativas) como prioridade absoluta.
É na justiça e não na educação que está o busílis.
henrique pereira dos santos

jotaC disse...

"Quem acredita nesta república?"
Quando lhes cai a máscara, vemos atitudes sobranceiras e arrogantes exprimidas de forma descarada, que dão que pensar, senão temer, sobre a permanência em funções deste governo. É que já nem os “camaradas” escapam ao pendor selectivo deste pupilo de Sócrates...
Vocábulos utilizados pelo ministro augusto santos silva, como por exemplo, "malhar", são ouvidos com muita frequência ali para os lados do intendente...

Carlos Monteiro disse...

Lendo assim de repente o meu camarada Tonibler, quem for de Marte até pensará que Manuel Alegre é um homem que luta contra os partidos!

Manuel Alegre é do partido, tudo o que é, foi ou será, deve a facto de ser do partido, nunca abandorá o partido, e nunca ficará sem aquilo que só através partido pode ter!

Anónimo disse...

Caro Henrique Pereira dos Santos, focou o mais importante na questão toda: o caldo de cultura social. E a cultura é a que é. Não se muda por decreto mas apenas com o rolar das décadas e das gerações. Por isso todo o meu cepticismo em relação a Portugal e ao seu futuro. É uma questão cultural, o nivelar por baixo e não valorizar o mérito para já não dizer desvalorizar e escorraçar a excelência. É toda uma cultura muito pouco amiga do trabalho e demasiado amiga do xico-espertismo e da esperteza saloia. Pouco amiga da luta árdua e do sacrificio presente em prol do atalho e do benefício presente sem cuidar do futuro.

Cara Suzana, eheheh, no 4R sim, confio e não apenas no 4R especificamente. Mas aqueles que existem de valor, verdadeiro valor, neste espaço e nalguns outros locais do país não estão em postos-chave e duvido que venham a estar. Compreendo-os bem. Na minha geração, quem tem hoje 30 anos, está a assistir-se a outro fenómeno que já vinha de trás mas nos que têm agora 20s e tais, 30s e poucos nota-se mais. Quem é realmente bom e tem valor não fica em Portugal. Farta-se, cansa-se e vai embora para paragens onde haja uma cultura mais amigavel para o exercicio das respectivas profissões e o seu progresso.