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sábado, 12 de setembro de 2009

Quinze dias por terras da China XXVIII: Os preços e um mercado que acaba por cansar!...


O ordenado médio, tal como é apercebido pelas pessoas, andará à volta de 150 euros na China, atingindo os 200 euros ou valor superior em cidades como Shangai e Pequim. Um trabalhador que ganhe mil euros entra no clube dos ricos.
Os preços dos produtos de consumo corrente assim como de bens duradouros são baixos para os nossos padrões: uma bicicleta custa 50 euros, uma mota, tipo Vespa, custa 250 euros, mas um automóvel familiar já custa 10.000 euros.
Os táxis são baratos. Por 1,5 euros pode andar-se uma distância considerável, os 40 quilómetros de Pequim ao aeroporto ficam por um pouco menos de 10 euros e um bilhete de metro para um percurso central custa vinte cêntimos. A alimentação também me pareceu de preços acessíveis.
Mas outra coisa é o preço dos produtos consumidos por turistas estrangeiros ou o dos bens não essenciais. É que se uma bicicleta custa 50 euros, um gelado numa loja Haagen-Dazs custa 2,5 euros, e um café a mesma quantia, o que significa que o custo de uma bicicleta é igual ao custo de 20 gelados. e o preço de uma mota é equivalente ao de 100 cafés.
Os preços de uma refeição de comida "western" num bom restaurante são pouco inferiores aos preços de Lisboa, o mesmo sucedendo quanto aos preços das grandes cadeias de hotéis ou das lojas de marca. Nestes produtos, as margens de lucro devem ser fabulosas, o que indica que continua a haver autênticos negócios da China. Mas o Governo também faz bons negócios, esportula razoavelmente os turistas e parece não ter preocupações com o acesso dos nacionais aos bens de cultura: um bilhete de visita a um museu custa 5 euros, o mesmo que a visita ao Estádio Ninho de Pássaro, valor obviamente caro para o chinês comum.
No comércio de rua, não há negócio sem regateio. Um lápis e um caderno onde se vão colocando os sucessivos preços da oferta e da procura faz com que toda a gente se possa entender ou desentender no valor final. Assim se faz o comércio das sedas, das pérolas, do vestuário, dos mil e um artigos de uso comum. Um pólo tanto pode custar 5 euros como 10 ou 20 euros, e um mini dvd para câmara de vídeo pode custar 5, ou 8 ou 20 euros. Se o comerciante não vier atrás do cliente que escreveu o último preço, é porque ultrapassou o ponto crítico da rentabilidade do produto.
Sou adepto intransigente das leis do mercado. Mas tanto mercado também acaba por cansar!...

2 comentários:

João Pais disse...

Também depende dos bens culturais. Museus e etc. pode ser caro, mas comprar livros, cds, e mesmo partituras de música (iguais às edicoes europeias mas com carácteres chineses nas páginas de rosto) é muito barato. Tal como era na Rússia antigamente.

A vantagem de ir ao mercado é estar num dos melhores sítios do mundo para aprender a regatear. Um colega meu desenvolveu a sua técnica muito bem, e de acordo com ele nao se conseguia um bom preco antes de se ter fingido abandonar o negócio pelo menos duas vezes.

Pinho Cardão disse...

É isso mesmo,caro João Pais, mas torna-se uma canseira...Mercado, sim...mas com limites!...