Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sócrates, o pragmatista

Pensava eu que os media se tinham equivocado na interpretação das declarações dos líderes partidários à saída das reuniões com o PM indigitado. Afinal não se enganaram e Sócrates acaba de confirmar, numa declaração ao País, aquilo que eu me recusava a acreditar. Que, sim senhor, dirigiu a todos os partidos parlamentares uma proposta para deixarem de ser oposição e passarem a ser governo, ou, pelo menos para fazerem parte da maioria.
Pela boca do próprio futuro PM fiquei a saber que na sua forma de ver o interesse do País, tanto faria uma coligação do PS com o BE, do PS com o PCP, do PS com o PSD ou do PS com o CDS, desde que conseguisse o que pela via do voto não logrou conseguir: uma maioria tranquilizadora, capaz de levar o governo até ao fim da legislatura que hoje mesmo se inicia.
Revela-se por aqui a verdadeira matriz do PS. O PS não é um partido ideológico. Serve-se da ideologia como suporte de propaganda, ciente de que ser ou declarar-se de esquerda é, por estes dias em Portugal, um produto de aceitação garantida para uma faixa relevante do ´mercado´. O PS é essencialmente um partido pragmatista, e Sócrates brilha no PS porque é um excepcional interprete dessa atitude política. É-o desde que Mário Soares, na posição que actualmente ocupa Sócrates, declarou ter metido o socialismo na gaveta, não tendo pejo em governar em coligação com o CDS de cujos dirigentes tinha dito, poucos dias antes, o que Maomé não dissera nunca do toucinho. Em coerência com esse registo e para garantir as condições que conduziram mais tarde ao assumido pântano em que se mergulhou o País, Guterres não hesitou em trocar com um deputado centrista a coerência política por um prato de queijo limiano, ao mesmo tempo que proclamava a sua fé nas políticas da esquerda bactereologicamente mais pura.
O pragmatista é aquele para quem só faz sentido o que é útil para si ou para os seus interesses, ou o que revela ter efeito prático. O valor das ideias e dos princípios, mesmo daqueles que antes firmemente se proclamaram, é relativo e secundário. O que vale é aquilo que concorre para a solução imediata dos seus problemas. Se for o BE a garantir a tranquilidade da legislatura, porque não abrir ao BE as portas da governação? Mas se o BE não quiser, qual o problema se o parceiro vier a ser, nos antípodas, o CDS? Nenhum, pensou Sócrates. O paradoxo cede ao argumento, pragmático, da estabilidade. E as divergências ideológicas entre os partidos, por mais cavadas que pareçam ser, não resistirão à força de um homem prático que, perante o dissenso a propósito de matérias essenciais, não hesita, e diz para si e para os seus: “logo se verá”!
Dir-se-à que, desta vez, o pragmatismo de Sócrates pouco rendeu porque todos os partidos declinaram o convite do indigitado PM. Puro engano. Sócrates aproveitará a atitude da oposição para se fazer vítima dos inimigos do diálogo. E procurará retirar daí réditos políticos que são fáceis de imaginar. Pragmaticamente.

23 comentários:

Carlos Monteiro disse...

O diálogo está aí, de portas abertas e janelas escancaradas.

De que se queixa a oposição agora?

Jorge Oliveira disse...

“O PS não é um partido ideológico. Serve-se da ideologia como suporte de propaganda”.

Absolutamente. Mas o problema principal não será esse. O PSD não é um partido ideológico e daí não vem mal ao mundo. Pelo contrário, ainda bem que assim é, porque as ideologias já mataram mais gente do que todas as epidemias juntas.

O que é grave neste PS é que o comportamento dos seus dirigentes e muitos dos seus militantes leva a crer que o acrónimo PS traduz, verdadeiramente, Partido Seita.

Freire de Andrade disse...

Exactamente o que eu pensei. A postura cândida de Sócrates sem ver a enormidade da atitude de oferecer possibilidade de parceria a todos os partidos, fosse qual fosse a sua ideologia, só é ultrapassada pela falta de franqueza ao falar de "procura de compromisso", em "diálogo político" e em "diálogo susceptível de conduzir a um compromisso duradouro", e nunca em disponibilidade para coligações. As declarações de Sócrates cheiram a manobra para atirar o odioso das dificuldades de governabilidade para os partidos da oposição-

Bartolomeu disse...

Se aquilo que José Socrates propõe aos partidos oposição, se centrar no superior interesse de governar o país em estabilidade, atendendo e colocando em execução as medidas que os partidos preconizaram na anterior legislatura e se mantêm exequíveis... porque não?
Porque não unir esforços, esquecer rivalidades e pôr em prática uma política efectiva de recuperação da economia, da justiça, da educação, etc. fruto do empenhamento e entendimento de todos?
Não é da união que nasce a força?
Aliás, seria um exemplo fortemente motivador para toda a sociedade portuguesa, se da parte dos políticos que tanto prometeram durante a campanha eleitoral e tanto demonstraram estarem dispostos a fazer pela recuperação do país, nascesse essa onda de entendimento e cooperação, sem a necessidade de abdicarem dos seus princípios ideológicos que nada têm a ver, no meu ponto de vista, com patriotismo e empenhamento em resolver os problemas que afligem e degradam o país e a sociedade.
Neste sentido, caro Dr. Ferreira de Almeida, concordo com a intenção do PM.
Temos ainda o exemplo das câmaras municipais, cuja vereação é na sua maioria constituída por candidatos de partidos diferentes e não é por isso que deixam de apresentar obra e em muitos casos obra digna de louvor.
;)

Manuel Brás disse...

Sem essência ideológica
pois continua engavetado,
é a evolução escatológica
do socialismo desbaratado.

No meio da candura
existe artificialidade,
parece ser a moldura
desta triste realidade.

O Poder clientelar
é o ópio matricial,
neste lento esfarelar
de um regime demencial.

Há negócios ocultados
por atitudes trapaceiras,
deixando valores atados
a nebulosas financeiras.

Jorge Oliveira disse...

É uma ingenuidade pensar em unir esforços com Sócrates e esquecer rivalidades. Este homem e mais os seus acólitos andaram quatro anos a atrasar o país, ao mesmo tempo que, da forma mais arrogante que se observou na política portuguesa, gozavam com os partidos da oposição e achincalhavam os deputados dos outros partidos na AR.

Com gente desta, apenas pode haver um objectivo : apeá-los do poder. Que é exactamente o que eles pensam, por exemplo, em relação ao actual Presidente da República.

Anónimo disse...

cmonteiro:
Ouve o meu caro Amigo algum queixume por parte da oposição? Eu não ouço.
Mas diga lá, que eu gostava de ouvir de si o que pensa desta disponibilidade do PS para fazer coligações ou com o BE ou com o CDS/PP.

Meu caro Jorge Oliveira:
Discordo do seu comentário na parte em que desvaloriza as ideologias. Com o devido respeito, essa de que as ideias mataram mais do que as epidemias é um chavão que nada tem que ver com a realidade. Só se se estiver a referir ás doutrinas do ódio. Mas nesses casos não foram as ideias que mataram, foi a maldade dos homens.
Já pensou o meu Amigo o que seria do mundo sem valores que as ideias vão sedimentando? Seria possível viver em sociedade? Seria possível a evolução?
Quanto ao que comenta sobre o PSD, está bem à vista aquilo a que a falta de sólidas referências ideológicas o vem conduzido. Não será essa falta que, afinal, explica o carácter errático das suas proposições políticas nos últimos anos? Tem sido premiado por isso? Não consta...

Anónimo disse...

Meu caro Freire de Andrade:
Estou de acordo com o que comenta. Mais cedo ou mais tarde de se verá que esta predisposição de Sócrates para o diálogo mais não é do que a preparação para responsabilizar a oposição pelo que correr mal na condução do País.

Caro Bartolomeu:
Acho muito bem que o PS e o Sr. Engº Sócrates procurem criar as condições para assegurar melhores condições de governabilidade.
Só que o meu Amigo faria seguramente assim se fosse indigitado PM na situação de Sócrates: olhava para a esquerda e para a direita, ponderaria qual das propostas eleitorais dos partidos estavam mais próximas das suas próprias proposições, chamaria as lideranças desse ou desses partidos e o diálogo com ele ou eles serviria então para perceber se o que separa é de tal forma essencial que inviabilizaria o esforço comum da governação ou era superável através de uma leal negociação. Ou não.
Foi isto que Sócrates fez? Não me parece. Desde logo porque não é possível olhar para todos e achar que todos estão em condições de assumir compromissos sériosem áreas essenciais da governação.

Meu caro Manuel Brás:
O meu Amigo está cada vez mais inspirado!

PA disse...

Nas últimas legislativas, o Povo ao retirar a maioria absoluta ao PS, retirou Poder Decisório ao próximo Governo PS que vai ser empossado.

Logo, Sócrates terá que saber governar com essa vontade do Povo, demonstrada através do voto.

A vontade do Povo de que os Partidos da Oposição também contam em qualquer decisão do executivo.

Se Sócrates não aceitar as propostas dos Partidos da Oposição, então é porque Sócrates não é um Democrata.

Governar com maioria absoluta não é sinónimo de estabilidade.

Governar com maioria relativa também não é sinónimo de instabilidade, e é a meu ver, mais aliciante, pela distribuição mais equitativa do poder, embora mais complexo.

Pedro disse...

JM Ferreira de Almeida,

embora entenda o alcance do seu post...e até mesmo "o pragmatismo" analitico que aplica, tenho de lhe dizer que não concordo nada com a sua critica á posição de Socrates.

No post diz : "O pragmatista é aquele para quem só faz sentido o que é útil para si ou para os seus interesses, ou o que revela ter efeito prático"

Ora, de facto o que o Pais e todos nós precisamos são efeitos praticos !!!

Além de que, não vi em lado nenhum Socrates afirmar que abdicava das suas ideologias. Parece-me que ele propôs possiveis "acordos" a todos, e um acordo não significa abdicar dos nosso principios, mas antes atingir patamares de entendimento que permitam obter "efeitos praticos" .

Por hipotese suponha que tanto o CDS como a CDU diziam que sim á proposta, e acordavam aceitar todas as medidas que Socrates apresentasse. Não vejo neste cenario nenhuma falha ideologica de Socrates. Se o objectivo é Governar e obter efeitos praticos para o Pais...qual é o problema ?


Vou-lhe dar um exemplo mais pratico: Sou Pai separado. E após varias tentativas, Eu, e a Mãe da minha filha tentamos "Governar-nos" em conjunto. Não conseguimos...essencialmente porque temos visões diferentes da Vida. Somos de facto IDEOLOGICAMENTE incompativeis, e defendemos PRINCIPIOS e PRIORIDADES distintas. Mas... MAS!!! nada destas questões de caracter, personalidade e IDEOLOGIA nos impediram de chegar a um ACORDO para regular o poder paternal, e "governar" a vida da nossa Filha.

Ou seja, não conseguimos viver em conjunto...mas conseguimos chegar a acordos e patamares de entendimento que permitem "GOVERNAR" e "CONSTRUIR" a vida da nossa filha!

Será que este "pragmatismo" é condenavel? serei eu um "camaleão" ?

Pedro disse...

(parte II)

Agora se me disser, que de forma PRAGMATICA, voce já está a prever cedencias á esquerda e cedencias á direita e cedencias ao centro...

...se já está a analisar os EFEITOS PRATICOS da postura de Socrates!

Então aí será diferente, MAS..

...estamos a especular e a fazer futurulogia !

Por principio, propor a possibilidade de sentar, falar,discutir e chegar a um Acordo, não me parece que seja condenavel!

E á partida, para começar a discutir não me parece que se deva excluir ninguém...

...se alguem no passado boicotou e sabotou...mas no presente disponibiliza-se a CONSTRUIR, não vejo porque excluir ou inibir essa disponibilidade!

O que se pretende é construir um futuro melhor...ou que se pretende é manter "os carimbos do passado" e "os rotulos" já estabelecidos?

Sim, eu sei, tens razão, talvez eu esteja a ser INGENUO ...

...mas neste caso, sendo eu o INGENUO, isso fará de Ti algum mais PRAGMATICO, não será ?


...e já agora: o que é que era mesmo que escrevias no post sobre o "PRAGMATISMO" ???

,o)

Carlos Monteiro disse...

Caro Ferreira de Almeida,

Que diria a opinião publica se o governo não estendesse a mão da coligação...?

Agora, a atitude dos partidos da oposição é a de se excluírem da governação, com ligeiríssima excepção para o CDS PP. A ideia deixada pelo PSD é que se há governo, é contra. Tal qual o PCP.

Não concordo consigo na análise que fez das coligações PS/CDS e PS/PSD; nessa altura os líderes partidários mostraram-se bem mais responsáveis que agora.

Anónimo disse...

Meu caro Pedro:
Não pode ler no meu post qualquer censura ao diálogo, nem tão pouco uma condenação de solução governativa mais abrangente.
Se quer que lhe diga, entendo que o País necessita de um governo coeso e sólido, chefiado por um PM que tenha uma confiança parlamentar alargada e confortável, porque em concordância com o discurso de Sócrates, também eu sinto que o momento reclama por estabilidade.
Posto isto, recoloco a questão do pragmatismo de Sócrates neste caso concreto.
Acreditar que o método escolhido pelo indigitado PM revela uma firme vontade de alargar a sua base parlamentar de apoio é de facto, desculpe que lho diga, ingenuidade.
Uma coisa seria o PS ter ponderado quais dos partidos (à sua esquerda ou à sua direita) têm condições para aceitar um pacto de governação, identificando os pontos de divergência e assentando no compromisso sobre esses pontos. Outra, bem diferente, é dirigir a todos um convite para coligação ou acordo parlamentar de legislatura.
Considerar que o que divide o PS do PSD, do CDS, do BE e do PCP é na mesma medida passível de vaibilizar uma solução coligatória com qualquer destes partidos ou um acordo parlamentar só é compreensível pelas razões - muito pragmáticas - que Freire de Andrade acima anotou.

Pedro disse...

A razão muito pragmatica que Freire de Andrade acima anotou foi que as atitudes de Socrates :

"(...)cheiram a manobra para atirar o odioso das dificuldades de governabilidade para os partidos da oposição.)


E se bem que aceite que o que "considerar que o que divide o PS do PSD, do CDS, do BE e do PCP é na mesma medida passível de vaibilizar" será apenas a tal postura pragmatica que sublinha...

...tambem é verdade que se Socrates apenas solicitasse entendimento a um ou a outro partido, estariamos agora a discutir algo do tipo:

"Socrates, afinal só quer falar com ..."

Ou

"Socrates, já impõe que só Governa Se ..."


Ou seja, isto é Politica...e obviamente nesta fase, cada um dos intervinientes está a tentar marcar a sua posição "oficial" e "publica", sabendo nós que nos bastidores muita coisa se estará a passar...muito para além do que nos chega !!!

Não somos ingénuos e certamente tambem consiguimos ver que muito mais do que os separa a todos, há algo que os une indistintamente:

Vontade de Mandar...

E todos os que, fazendo o seu papel, disseram ontem que Não estarão já com a "Tesoura do Corte" bem afiada na mão!...mas tambem em "bicos dos pés" para chegar lá a cima primeiro!

E este é de facto o pragmatismo que Socrates conhece bem, e que irá utilizar em seu favor ... (ingenuo seria se agisse de forma diferente!)

Politica é isto, goste-se ou não, mas é isto mesmo !!!

Anónimo disse...

Meu caro cmonteiro:
Já percebi que pretende ver a coisa pelo lado da atitude devida por parte dos partidos perdedores das eleições e não analisar a conduta do ganhador (propósito do post) que é quem tem o ónus da solução governativa.
Vamos então a isso.
Não me custa a aceitar - pelo contrário - que se diga que a rejeição liminar de qualquer acordo com o PS não é a atitude mais acertada ou mesmo a mais responsável, tendo sobretudo em conta a situação do País. Nessa medida, admito que um esforço no sentido de procurar o mínimo denominador de um entendimento político em busca de uma solução estável de governação, fosse mais adequada do que afastar à partida qualquer hipótese de acordo.
Falta-nos no entanto saber se o PS deu abertura a umaa discussão sobre a plataforma de entendimento, ou se, sem mais, Sócrates colocou aos partidos a questão de saber se sim ou se não havia disponibilidade para coligações ou acordos parlamentares.
Se foi como transpareceu para a opinião pública, i.e., se só interssou saber de predisposições, então compreendo que os partidos digam que as disponibilidades aferem-se em razão de uma plataforma de entendimento cujas bases têm de ser previamente apresentadas, sob pena de se estar a propor um casamento sem conhecer os hábitos do nubentes, isto é, o futuro da vida em comum.
Quanto ao passado, discordo em absoluto do que anotou. A coligação de governo entre o PS e o CDS foi um acto responsável? Ora pense lá no contexto histórico em que ocorreu, meu caro cmonteiro. O País ganhou com isso? O quê?
E quanto ao episódio do queijo limiano? Foi um acto responsável? Bom, já nem Guterres pensa hoje que o foi...
Repare que não falei na coligação PS/PSD que deu origem ao IX Governo Constitucional, essa sim patriótica e da qual resultou a salvação de um País que caminhava a passos largos para o abismo.

Henry disse...

Caro J.M. Ferreira de Almeida,

Acabo de ler o seu "post", no qual vislumbro a lucidez de análise que tem faltado a muita gente.
E, todavia, o ardil de Sócrates nem é novo; Senão vejamos:

1- Ainda no rescaldo das eleições, encena um determinado acto, aparentemente normal, quase banal (agora foram as reuniões com os líderes dos partidos da oposição com assento parlamentar - que, note-se, "despachou" em menos de nada...);

2- Em acto contínuo, cria "ad nutum" um "facto político" (a "surpresa" de nenhum dos partidos aceitar uma coligação pós-eleitoral, pronúncio de um tenebroso e involuntário período de instabilidade governativa...);

3- Finalmente, explora, à nausea, esse "facto político" como palco de uma não menos execrável cena de vitimização (eu bem quero governar no superior interesse do País, mas os outros não permitem...).

Não posso deixar de sentir uma forte impressão de "dejá vu".

Lembro-me bem, em Maio de 2005, daquela espécie de "bomba artesanal" que foi o "Relatório Constâncio" sobre as contas do Estado, que, não passando de mero fogacho, soou, ainda assim, a retumbantes 6,83% de déficit.
Lembro-me, também, que esse "número de circo" rendeu a Sócrates 2 anos e meio de "estado de graça".

Nesta versão 2009, a "habilidade" poderia muito bem valer uma "inevitável" queda do governo, precipitando-nos em novo acto eleitoral antecipado, do qual Sócrates pretenderia resgatar a "sua" maioria absoluta (digo "sua", pois tenho para mim que Sócrates considera que nosso voto lhe pertence...)

Concedo que, à primeira, (quase)todos caiam;
À segunda, já só cai quem quer!

Adriano Volframista disse...

Caro JMFAlmeida

Tendo aterrado recentemente de Marte tenho de confessar que o actual momento político no nosso país é, de veras, sui generis, para ser...simpático.

O nosso bem amado PM perdeu a maioria absoluta que tinha e, curioso, comporta-se como tivesse ganho; neste contexto a Dra MFLeite que não era o PM em exercício, é apresentada como a perdedora??

O nosso bem amado PM, cortou, com o seu comportamento, as pontes de diálogo com os restantes partidos; comportamento que apenas se pode assacar ao mesmo; face à perca de maioria, modificou o comportamento e transformou-se no Mr Hyde dialogante; o curioso é que se apresenta como fosse um homem de diálogo de toda a vida, o PRGAMATISTA???!!!

O nosso amado PM, não governou 4 anos com maioria absoluta e, mais ou menos, "chatiou" meio mundo e "enfrentou" a restante metade.

Possivelemnte o meu probleme é que vivo em Marte e visito o sítio uma vez ao ano.

Cumprimentos
joão

Jorge Oliveira disse...

Caro Ferreira de Almeida

A minha asserção não será, infelizmente, um chavão. Claro que é a maldade que mata. A ideologia não passa de um pretexto.

Mas que referências ideológicas tem em mente, quando diz que o PSD tem falta de referências ideológicas sólidas?

Anónimo disse...

As que, devidamente actualizadas, constam de um programa que uniu muita gente mas do qual muita gente se esqueceu, o programa do PPD que contém as bases de uma social-democracia à portuguesa, meu caro Jorge Oliveira.

O Reformista disse...

Caro Ferreira de Almeida
Sugiro-te uma visita ao OReformista.
O tema "O Instucionalismo" é parecido.

Abraço

António Alvim

Jorge Oliveira disse...

Caro Ferreira de Almeida

Refere-se ao programa original do "velho" PPD, ou ao programa actual do PSD, resultante da revisão efectuada no 16º Congresso, em Novembro de 1992? Acha que o original era mais "sólido"?

Anónimo disse...

Meu caro António Alvim, já tinha visitado a casa do Reformista e lido o que escreveste. estou de acordo no essencial. Mas sou mais céptico quanto à verdadeira intenção do PS em relação ao convite para coligações pelas razões que aqui expressei.

Meu caro Jorge Oliveira, referia-me à matriz ideológica originária do PPD, descontado, naturalmente, tudo quanto de utópico se deve ao contexto histórico do imediato pós 25 de Abril.

António Transtagano disse...

O actual Presidente da 3ª República também chefiou um Governo minoritário antes de governar com maioria absoluta. E há até quem diga que foi o seu melhor Governo!