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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sardinhadas e piqueniques...

Não há dúvida de que somos mesmo bons. Recordistas nos "comes e bebes". Desta vez quinze mil pessoas assentaram arraiais em Setúbal para comerem seis toneladas de sardinha de Setúbal, regadas, presumo eu, de muitas pipas de vinho.
Um assador de 100 metros de comprimento laborou sem interrupção durante uma dezena de horas, fazendo a felicidade dos amantes e curiosos da sardinha.
Organizar e gerir uma megasardinhada deste calibre, com honras de recorde mundial - «A Maior Sardinhada do Mundo» - e assento no livro de recordes do Guinness, não parece ser tarefa fácil. Uma prova de que os portugueses também sabem empreender e ser bem sucedidos. Pena é que estas capacidades não se estendam a desígnios mais altos, porque não é com sardinhadas e piqueniques que nos sustentamos. Mas pronto, o povo fica alegre e esquece as amarguras. Nos tempos que correm não é coisa de somenos...

5 comentários:

Bartolomeu disse...

Sou da mesma opinião que a Drª Margarida Aguiar, deixa expressa "não é com sardinhadas e piqueniques que a "coisa" ganha andadura. Já no que respeita à vinhaça... olhe que anda por aí muita gente a dicidir o futuro deste país que eu não arriscaria supor não estarem sob o efeito do belo carrascão.
Lembro-me a propósito, de uma parelha de actores, Ivone Silva e Camilo de Oliveira, que faziam uma sátira politico-social e cantavam qualquer coisa como: Ai Agostinho, ai Agostinha que rico vinho vai uma pinguinha, este país perdeu o tino a armar ao fino, este país é um colosso, está tudo grosso, está tudo grosso, anda tudo a fazer pouco, d'agente...
Bom, mas o melhor é ver o clip:
http://www.youtube.com/watch?v=obRvgYfECXY
E... como se pode confirmar... os problemas sociais de ontem, continuam a ser os de hoje, o que me leva a concluir que, apesar de tantas cabeças coroadas e iluminadas nos conduzirem... ainda não démos com o caminho...

Catarina disse...

Nunca ninguém duvidou que o português é um bom “garfo” e que gosta de “regar” tudo aquilo que consome!

antoniodosanzóis disse...

Cara Margarida
A mim o que mais me impressina, é estes senhores não pensarem no facto de que neste país - de gente culta - há famílias a passarem mal e sujeitos a estender a mão à caridade. Se é relevante figurar no guiness por um motivo destes, então tudo é autorizado neste contexto. Gostava muito de conhecer a participação desta gente no peditório do banco alimentar; talvez não tivesse sido pior, dar uma boa percentagem daquela enorme comezaina a organismos, privados, repito, privados, sob pena de levantar dúvidas evidentes. Lembro-me de um filme italiano que tinhs como título; eu, eu eu e os outros. Bingo.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Bartolomeu
Gostei de rever a Ivone Silva e o Camilo de Oliveira. Bela ideia a sua Caro Bartolomeu e bela memória também.
Um apanhado com muita piada, mas com muita verdade. Anda tudo grosso ou quase tudo grosso. É que o vinho não perdoa!

Cara Catarina
As comezainas sempre foram um prato forte. É capaz de haver uma ligação entre esta fartura dos comes e bebes e os défices estruturais (?)...

Caro antoniodosanzóis
É um País cheio de contrastes. Esta megasardinhada coincidiu com a campanha do Banco Alimentar que também foi um sucesso. Pelas melhores e piores razões - a solidariedade e a pobreza.

Suzana Toscano disse...

Margarida, o povo vai resistindo como pode, valham-nos as sardinhadas para marcarmos pontos no Guiness, o Mourinho está lá para Espanha no seu Ferrari, que havemos de fazer?