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terça-feira, 1 de junho de 2010

Rir será o melhor remédio?

Na mesma página do DN de hoje coincidem duas notícias que quebram a normalidade dos padrões políticos a que já nos habituáramos. A primeira, em grande destaque, é a de que um actor cómico exercitou a sua arte em política e ganhou as eleições municipais para a capital da Islândia, com um Partido a que chamou O Melhor Partido e com o irresistível slogan “Vamos prometer o dobro dos outros partidos e cumprir o mesmo:Nada!” A partir desta promessa prometeu tudo o que lhe passou pela sua imaginação criativa, como toalhas gratuitas para uso nas piscinas e um parque temático no aeroporto, entre outras graças que, pelos vistos, todos acharam muito engraçadas. É caso para dizer que, na política europeia actual mais vale rir que chorar, e os islandeses, fartos de promessas luzidias transformadas em ameaças que se cumprem em dobro, deram ao engraçado a graça de governar. Assim como quem diz que, mal por mal, preferem palhaços profissionais, pelo menos têm sentido de humor…
Já a outra notícia é sobre a inesperada e radical demissão do Presidente alemão, reeleito o ano passado. Kohler não achou graça nenhuma à controvérsia que se gerou a propósito de umas declarações suas sobre o uso das forças militares alemãs e não gostou que a coligação o tivesse deixado sozinho a penar no fogo lento do diz-que-disse da imprensa. Fartou-se e atirou com a porta, não quis saber de desgraças, os jornais que se entretenham com outras vítimas.
Antes da novidade que as eleições islandeses trouxeram à política europeia, tudo isto faria lembrar que “em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão” mas, com o revolucionário apelo ao humor, entre graças e desgraças, é mais apropriado recuperar a velha frase dos anarquistas “o último a sair que apague a luz”.

3 comentários:

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Suzana
Chorar não vale a pena, mas rir é capaz de ser um bocado de mais. Surpreendidos ainda vamos ficando com a criatividade política a aproveitar o cansaço do "politicamente correcto" e a ir ao encontro de novos anseios dos cidadãos em busca de qualquer coisa que quebre o status quo.
É caso para dizer que "em terra de cegos, quem tem um olho é Rei."

Francisco Velez Roxo disse...

Cara Suzana
Entre o sorrir, rir e gargalhar perante todos este episódios surreais, há sempre uma hipótese alternativa: cantar baixinho frente ao ecran (o fado "de quem eu gosto") enquanto se escreve um post e se pensa que tristezas não pagam dividas nem são soluções.
Mas lá que tudo isto é triste é verdade..
E Chorar pode "borrar a pintura".
Lá vamos cantando e rindo já alguém cantou na era do "nós por cá todos bem".Logo.ânimo!!
Bom feriado, de uma série que mais parecem já férias.
FVRoxo

Pedro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.