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sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Estado anti-social

O Metro do Porto está em ruptura financeira e pode parar se o Estado não pagar, dizia ontem o Jornal de Notícias, com base numa carta remetida pela empresa ao Governo. Endividamento em 2009: 2 mil milhões de euros; necessidades de tesouraria em 2010: 280 milhões de euros, dos quais a empresa apenas conseguiu financiar 75 milhões.
Situação similar é a do Metro de Lisboa, da Carris, dos Transportes Colectivos do Porto, da CP e da Refer, num total de dívida que andará pelos 15 mil milhões de euros, 9% do PIB.
O Estado Social foi demagogicamente ampliado e distribuído à razão de votos nas eleições. A eficiência empresarial, por maior que seja, não o consegue pagar e os impostos também não: só o SNS consome todo o IRS. Em boa parte, o Estado Social tem sido pago pelo estrangeiro, mas as portas fecharam-se quando eles viram que, para além do capital, estão a financiar também os juros.
Não tarda, e mais depressa do que muitos pensam, e alguns nem pensam, lá vão ser os cidadãos chamados a pagar directamente a dívida. Através de um aumento brutal das tarifas de todos os transportes, diminuindo drasticamente o rendimento disponível dos cidadãos.
Que também têm culpa no cartório, ao aceitarem pacificamente que os políticos lhes vendam gato por lebre, isto é, um Estado Social oneroso, quando lhe disseram que era gratuito ou abaixo do custo, mas que vão ter que alimentar e pagar. E, para cúmulo, premiando a burla em eleições.

4 comentários:

Bartolomeu disse...

Para já, privatiza-se...!
Ainda temos 18 meses para privatizar o que falta, depois... depois o estado e o governo dizem à união europeia: agente pagáva-lhes, pá... mas já não é nada nosso... é tudo dos privados!
Depois os de lá dizem: agente não quer saber disso, pá... agente quer cá o guito e mai nada... arranjem-se como quizerem... aumentem os impostos, assaltem os ricos, os remediados e os pobres, as crianças e os velhinhos, mas paguem o que devem!
Os de cá respondem: prontos pá, agente despede-se... vem nova gerência e os gajos que s'amanhem, que reactivem as minas da panasqueira, e assim...
Os de lá respondem: As minas daonde, pá? mas vocêzes ainda têm minas? Então vamos lá conversar melhor... vamos arranjar aqui um negóciozito que pode ser que lhes livre a pele... fazemos assim... vocêzes entregam-nos as chaves das minas, e agentes perdoa-lhes a dívida... ok?
E os de cá respondem: ... ok, mas... vocêzes vão reexplorar as nossas minas?
E os de lá respondem: Estão parvos, pá? Agente vai mazé utilizar aquilo para depósito de resíduos nucleraes, pá!
E os de cá respondem: Ahhh!!!

Adriano Volframista disse...

Caro Pinho Cardão

O Ministro ou a Câmara, já não me recordo, já vieram desmentir a notícia.
Como no caso da notícia sobre a privatizção da TAP, serve para testar e para entreter.
Discordo do seu cenário futuro: basta aumentar o ISP (o dos combustíveis) em 20%; o imposto de circulação em 60%, diminuindo o IA, para se conseguir mais 500/600 milhões adicionais;
Poupava-se um conjunto de chatices com as SCUTs, o saldo energético baixava, os transportes públicos aumentavam a receita e, cereja em cima do bolo, até contribuíamos para o "arrefecimento global"....
O problema é que a variante mexicano/lusa de socialismo de estado, o automóvel é uma conquista dos trabalhadores...o "estado social" vai aplicar-se aos indigentes e aos que conseguirem provar que o são, o resto vai viver pior...

Cumprimentos
joão

Pinho Cardão disse...

Caro João:
Não desmentiram quanto ao essencial. Só disseram que o metro não vai parar e que a situação não é preocupante. Nem para os credores, presumo, eles que resolvam a situação. E os seus empregados e fornecedores também.
Estejamos, pois, descansados.

Suzana Toscano disse...

Um Estado social com os pés na areia, receio bem que o caro João tenha acertado no prognóstico, excepto na TAP, não me parece que seja para testar ou entreter mas para habituar à ideia.