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terça-feira, 17 de agosto de 2010

7ª senha - lições da natação

(*)
Por alturas da 7ª senha (se julgavam que eu tinha desistido, desenganem-se) percebe-se como a evolução expressa em percentagens pode ser enganosa. De facto, o fantástico e estimulante progresso de, digamos, 30%, 50% e mesmo 80%, equivalente a passar a ser possível nadar de forma contínua e certinha sem vacilar, começa a ameaçar marcar passo a partir desses prodígios. Pudera, tudo depende do ponto de partida, se não se sabe nada aprende-se depressa, o problema é que a partir daí exige-se o aperfeiçoamento, a tenacidade, nos detalhes é que está o diabo, diz o povo e é bem verdade. É portanto a fase das grandes decisões, ou passamos a achar que o facto de se saber o elementar já nos dá direito a pregar uma amona no treinador que insiste em que ainda há muito que fazer até se deslizar na água na perfeição, com o mínimo de esforço e o máximo de eficiência, ou se toma a atitude humilde de meter ombros à técnica. Resolvi essa hesitação num instante quando me lembrei de alguns maus nadadores que se metem às águas de missões para as quais lhes falta preparação, dirigindo o que não sabem e perorando sobre o que nunca perceberam sem que a sua ignorância os iniba de dar braçadas largas nas direcções erradas. Então quando se convencem de que já ninguém vê que metem água, dispensam os conselhos de quem sabe mais, chegando mesmo a mandar encostar à borda os que fazem ondas nas águas onde imperam. Muitas vezes os seus movimentos desastrados e mal orientados afugentam da piscina os nadadores de grande estilo, dando lugar aos amadores que não têm mais ambição nem referência do que seguir os sulcos incertos dos maus nadadores que ocupam o espaço.
Na 7ª senha estou muito animada por já fazer seis piscinas, mesmo oito com algum esforço, mas também já deixei de dizer que antes sabia nadar, não sabia nada, tenho que me esmerar, já só me faltam 13 senhas e está a ficar mais frio de madrugada, as minhas ricas cadeirinhas ainda estão à sombra quando passo por elas esfalfada…!
(*) Esta é que é a minha prancha!

10 comentários:

jotaC disse...

Cara Dra. Suzana Toscano:
Mas que ótima notícia…e eu que pensava que tinha sucumbido ao apelo da espreguiçadeira! Parabéns, só faltam treze, de certeza que já se sente muito melhor, músculos mais tonificados, maior resistência...
Prossiga, continue afoita, vá eliminando, mesmo que por afogamento, todos os nadadores medíocres que se lhe atravessem!:)
Quanto à pranchinha,nada a opor.
:)

Catarina disse...

A cara Suzana tornou-se numa verdadeira inspiração!

Catarina disse...

Fico a aguardar, agora, um comentário sobre a pranchinha amarela... Todos sabemos de quem! : )

Bartolomeu disse...

De António Ribeiro Chiado:

Guardar do parvoeirão

Que zombando dá no fito.

Guardar sobre o escrito

E de querer de senhor.

Guardar de homem de primor

E de grande fantasia.

Guardar de quem se aperfia

Em dizer o que não sabe.

Guardar de homem que se gabe

E se quer sempre louvado.

Guardar de vilão honrado

Quando tem alguma posse.

Guardar de homem que tosse


etc e tal...
;)

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Suzana
Vejo que está entusiasmada e em grande forma! Que bom, não há nada como fazermos progressos.
E a propósito de progressos enganei-me redondamente nas contas que fiz quando nos apresentou a pranchinha azul. Fiz um erro de palmatória. Esqueci-me de incluir os "ganhos de eficiência".

Pinho Cardão disse...

Cara Suzana:
Li que nalguns locais do Afganistão se usam burkas coloridas, em contraste com o tom monocolor preto da Arábia. Pois eu continuo a ver na figura uma mini burka, agora colorida e bastante avant-garde, com buraquinho no umbigo...
Só não sabia é que havia modelos de burkas que ajudavam a flutuar, mas a tecnologia capitalista chega a todo o lado...
E uma pergunta indiscreta: também leva a burkinha para o almoço "après piscine" com as amigas?

Catarina disse...

:))))

Bartolomeu disse...

Ha burkas que salvam vidas, caro Dr. Pinho Cardão, lembre-se do caso que sucedeu com Dona Antónia Adelaide Ferreira e o Barão de Forrester, numa volta do rio Douro... devido à burka que usava, a ferreirinha flutuou e o barão, foi a pike, diz-se que também muito por causa do peso do ouro que transportava... às tantas...
;)

Suzana Toscano disse...

caro Pinho cardão, estou a ver que tenho que lhe ceder algumas senhas para o meu amigo se actualizar em tecnologias aquáticas,sempre quero ver como é que se entende com a burkinha...amarela, note-se!:))
Caro jotac, isso de eliminar os nadadores medíocres é uma aspiração geral, eu vou à piscina para ver se me distraio de preocupações!Catarina,ainda havemos de ver o caro Pinho Cardão a ver ali um bikini amarelo, isso de ver burkas por todo o lado não é saudável :)
Caro Bartolomeu, Chiado não teve grande sorte, costuma acontecer a quem sabe muito! Obrigada por sair em defesa da minha pranchinha,infelizmente não posso ir ao fundo por causa do peso do ouro que ela traga, a semelhança é apenas no amarelo.
Margarida, ainda não viu nada, isso da eficiência faz milagres!

Catarina disse...

A cara Suzana anda desaparecida. Suspeito que ou está a treinar para uma competição ou então já participou numa e não nos disse nada e encontra-se, actualmente, em estado de recuperação ... do esforço dispendido. Vou entrar em contacto com o “005” para averiguar o que se passa...