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sábado, 23 de outubro de 2010

O Ministro das Finanças e o calão técnico

Teixeira dos Santos referiu há dois dias a possibilidade de um entendimento sobre o Orçamento com Eduardo Catroga e a Delegação do PSD, porque falamos a mesma linguagem técnica, e cito de memória, crendo ser fiel.
Grande presunção a de Teixeira dos Santos, a de dizer que fala a linguagem de Eduardo Catroga e logo depois de ter deixado as contas do Estado e a dívida pública chegarem ao descalabro que chegaram.
É que, entre o calão técnico que revela falta de ideias e de conhecimento e que tem sido o linguarejar do Ministério, e a linguagem e o rigor técnico vai longa, muito longa distância.
A do conhecimento profundo e a da experiência vivida a sério e não em regime de faz de conta.
Mal de nós, Senhor Ministro, mal de nós, se a linguagem fosse mesma!...

5 comentários:

Tonibler disse...

Bem, se é sobre deixar derrapar as contas públicas sem saber ler nem escrever, sim, falam as mesma linguagem...

Pinho Cardão disse...

Não é verdade, caro Tonoibler, não é verdade. Nada verdade. E um dos nossos grandes problemas é tratar tudo por igual, competência e incompetência.

Fartinho da Silva disse...

Caro Pinho Cardão,

O rigor técnico não é importante para aquelas bandas. Se as coisas correrem mal nada acontece a quem cometeu os erros e, ainda por cima, os responsáveis pelo desastre podem, sem qualquer consequência, rasgar contratos unilateralmente e fazer assaltos à mão armada aos trabalhadores por conta de outrem sem qualquer consequência. Aumenta os impostos 2 vezes em 3 meses e os empresários e a restante plebe que aguente.

Imagine um pequeno empresário alterar o contrato assinado com o seu trabalhador de forma unilateral... era processado. Mas se for um ministro, nada acontece e quem fica mal visto é o trabalhador que ficou a saber que o seu contrato tinha sido alterado por terceiros sem qualquer negociação prévia pela comunicação social... e tem que aceitar para o bem da nação!! Bem da nação? Quando pagamos 6,3 mil milhões de euros em juros por ano (o mesmo que pagamos na educação, mesmo somando todos os organismos ideológico-burocrático-pedagógicos existentes) e quando temos políticos irresponsáveis que assinam contratos ppp com todas as empresas e bancos do regime, vamos aceitar a bem da nação? Bem da nação é dizer: BASTA e processar criminalmente estes irresponsáveis que nos atiraram para um lamaçal inacreditável, levando que as gerações de 60 e especialmente 70 venham a sofrer consequências de uma dimensão difícil de medir. E depois ainda têm a lata de falar em solidariedade geracional!! A solidariedade deles é viver muito acima das suas possibilidades, endividar o país, porque é moderno, e as gerações de 60 e 70 que paguem, porque devem ser solidárias...

Ainda ontem ouvi um comentador do regime afirmar que cancelar as ppp não é possível, porque os contratos estão assinados... e o jornalista do regime não foi capaz de lhe fazer esta simples pergunta:
"Se o estado pode alterar contratos de forma unilateral com os seus trabalhadores, porque não pode alterar os contratos de forma unilateral com as empresas do regime?"

Portanto, num país onde muito se fala em direitos adquiridos pela plebe e pouco se fala em deveres e responsabilidade para a oligarquia reinante o rigor técnico e ético não tem qualquer importância.

Tonibler disse...

Caro Pinho Cardão,

Está bem...por causa da retrete das Antas!
No resto, resultados iguais, com a diferença de não ter tido 8 anos.

Anónimo disse...

Caro Fartinho da Silva, as ppp são uma canga fortissima, tenebrosissima e feita ao arrepio de tudo o que sobre o tema é preconizado pelo Banco Mundial e pelo Banco Europeu de Investimento. Aliás, e no que toca particularmente a infra-estruturas de transportes, duvido que para as bandas do MOP alguma vez se tenha sequer passado os olhos pelas linhas mestras que devem reger as PPP em transportes, já nem digo a bibliografia completa e explicativa mas pelo menos um resumozinho ilustrado e de leitura rápida editado pelo BEI já irão talvez 10 anos. Como foram sendo lançadas à tripa-forra que a ordem é rica e os frades futuros pagarão, são o que há. E, realmente, vejo muitas dificuldades em rasga-las, por muito prejudiciais que sejam. Reestrutura-las é uma coisa, rasga-las é outra. É que rasgar as PPP implica repudiar dívida, ainda por cima dívida contraída com bancos estrangeiros. E, não sendo pouco o que já há, era só o que mais faltava aos Portugueses ficarem com o país rotulado de caloteiro. Rasgar as PPP tinha efeito pior do que a suspensão de pagamentos.

Nem o Vasco Gonçalves de má memória, na sua febre gatuna de roubar coisas aos legitimos proprietários para as enfiar na esfera do estado se atreveu a mexer no capital estrangeiro que havia no rectângulo e ilhas adjacentes.