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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Débil inteligência...pura e política!...

A não contarem os votos brancos ou nulos, como nas Presidenciais, o PS teria uma percentagem de 46,4% nas Legislativas de 2005 (de acordo com a lei, e contando esses votos, teve 45%, que lhe deu a maioria absoluta).
Ninguém de boa fé contestou a força que advinha da consulta popular e a legitimidade do PS para governar, apesar de ter ficado aquém dos 50%.
Agora, Cavaco Silva teve uma votação de 52,94%, que compara com os 46,4% do PS em 2005.
Nas Legislativas de 2009, em que o PS teve uma votação de 36,6% e maioria relativa, se não contassem os votos brancos e nulos, a percentagem seria de 37,7%.
Agora, Cavaco Silva teve uma votação de 52,94%, que compara com os 37,7% do PS em 2009, mais 15,2 pontos percentuais.
Mas logo proeminentes socialistas, a mando do Partido, puseram em causa a vitória de Cavaco, vitória escassa, que o fragilizava de morte. Isto é, num caso, 37,7% dão toda a legitimidade ao PS para governar; noutro, 52,94% não chegam para dar força à função!...
Diz também o PS que o Presidente eleito o foi apenas com o voto explícito de uma minoria de cidadãos.
Ora, nas Legislativas de 2005, em que o PS teve maioria absoluta, apenas 21,8% dos inscritos votaram no Partido Socialista.
Agora, Cavaco Silva, teve uma percentagem superior, de 23,2%, em relação a um universo bem maior (mais 580.000 recenseados).
Pelo que a Campanha do Partido Socialista e comentadores arregimentados no sentido de apoucar a vitória de Cavaco Silva é um acto de forte demagogia e de muito débil inteligência, pura e política.
Argumento tão parvo que se vira contra os próprios, estilhaçando-os. Mas é procedimento a que começamos a estar mais do que habituados.

19 comentários:

Suzana Toscano disse...

Felizmente a Democracia não define "graus de legitimidade eleitoral" ao sabor das interpretações dos derrotados, por muito que lhes custe. E convém lembrar que, em 2009, o Eng. Sócrates considerou que teve "uma vitória extraordinária". Critérios flutuantes, por isso mesmo a Democracia não lhes liga nenhuma.

Pinho Cardão disse...

Claro, cara Suzana.
Ainda agora todos os derrotados cantaram vitória, com excepção de Alegre. Mas logo outros vieram substituir Alegre, dizendo que ganharam, por terem evitado golpes de estado contitucionais, previsíveis com uma vitória de Cavaco por 60%!...

Fartinho da Silva disse...

É por estas razões e muitas outras que uma parte muito substancial das gerações do pós 25 de Abril se estão nas tintas para os políticos e até, pasme-se, para a comunicação social... preferem os blogs e as redes sociais para conhecerem a opinião de pessoas que se dão ao trabalho de investigar e de ouvir as partes para as fundamentar...

E fazem isto, porque não acreditam num vírgula daquilo que a grande maioria dos políticos e dos comentadores do regime dizem ou escrevem. Eu até costumo acrescentar "Ouvir quem? Os tudologos? Aqueles que têm opinião formada sobre tudo? A sua credibilidade é igual à dos cartomantes!"

Tonibler disse...

Simples. O governo é para o estado. Até poderia ser eleito por um voto. Para o que é...

Se o mesmo raciocínio se aplica ao PR então ele é apenas uma figura redundante e cara, que não serve para nada. Se não se aplica, então não podemos chamar "de todos os portugueses" um tipo que só 23% entenderam que merecia um risco num papel. Em qualquer dos dois casos, feche-se!

Adriano Volframista disse...

Caro Pinho Cardão
Devíamos-nos indignar porque o nosso nível de abstenção técnica (termo que se usa para a desactualizção-natural- dos cadernos eleitorais) seja très vezes superior à média europeia: 10%em vez de 3%.
Devíamos-nos indignar porque um conjunto importante de cidadãos não votou porque o sistema não esteve à altura do que se lhe exigia, apesar de ser exactamente, para esta situação que tem de estar preparado.
Mas, se eu for à minha agência bancária e pedir para que seja esta a impor-me disciplina nas minhas contas, provavelmente, seria encaminhado para um médico; agora já não estranhemos que esperamos que o FMI venha "pôr ordem nisto".
Por aquilo que me contam do Burkina Fasso (trata-se de um país do planeta Terra), parece ser melhor, em alguns aspectos, do que aqui em Plutão onde nos encontramos.
Cumprimentos
joão

Pinho Cardão disse...

Caro Fartinho da Silva:
Essa é óptima, a dos tudólogos. E, pelos vistos, já há por aí muitos professores doutores nessa área.
De facto, a maior destruição da política como actividade nobre advém da própria classe política. A passada campanha eleitoral foi disso excelente exemplo. Depois, servem-se do argumento para diminuir a vitória do vencedor. Como diria o Eça: uma corja. Da qual se vão safando alguns políticos. Mas, como saem da média, são logo vilipendiados pela turba.

Caro Tonibler:
Se bem entendi, por um voto de ganha. Mesmo que seja único. São as regras. Mas que geralmente nunca são bem aceites por quem perde.
Quanto aos abstencionistas, a abstenção é um direito que lhes assiste. Se se abstêm, estão a delegar o exercício do direito nos que votam. Portanto, o efeito na votação é igual. Ninguém se pode queixar, porque o resultado é o mesmo.

Caro João:
De facto, estamo-nos a afastar da realidade e não sei já se mesmo em Plutão nós vivemos.
Levantou a questão da desactualização dos cadernos eleitorais. Parece-me evidente.
Logo, pelo nº de eleitores: 9,629 milhões, numa população de 10,627 milhões. O que mal se compreende, já que a população até aos 15 anos significa 15% do total.
De modo que, assim, com estes cadernos eleitorais, a abstenção será sempre enorme.

Pedro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pinho Cardão disse...

Caro Paulo:
Ora aí está uma forma criativa e legítima de tapar o buraco financeiro derivado do buracão eleitoral!...

Tonibler disse...

Não só, caro Pinho Cardão, a questão é se a vitória por um voto, que é aceitável para os objectivos de um governo do estado, é aceitável para os objectivos de um suposto representante de todos os portugueses. E a verdade é que não é. A vitória é lícita, mas não foi isso que o país quis.

Pinho Cardão disse...

Caro Tonibler:
O país expressou-se exactamente como quis. Excepto aqueles a quem a inépcia governamental impediu que votassem.

Eduardo Costa disse...

Sobre as contas da abstenção...

Sei que o raciocínio seguinte é estúpido na sua essência, no entanto não podemos negar a lógica matemática que o suporta. O texto que se segue é uma sátira.

"Abstenção? Venha mais!

O princípio da coisa é este: quanto menos pessoas votarem, mais importante é o meu voto!
Se formos a ver, quantas mais pessoas votarem, mais diluída é a importância do voto individual, porque o meu voto em termos percentuais é menor num cenário com baixa abstenção do que num cenário com abstenção elevada.
Ou seja, menos pessoas a votar, igual a votos com maior impacto nas eleições, igual a votos mais importantes!
Portanto, português (ou devo dizer tuga?) se gostas do teu país e não te queres chatear, não vás votar e deixa isso comigo que eu terei muito gosto em fazer uma escolha por ti!"

Uma ideia: e se o voto não fosse universal e fosse "merecido" (para tirar a carta de condução tenho de ter pelo menos o 9º ano e fazer exame de código e de condução, isto apenas para conduzir o meu carro, porque não também tirar uma carta de cidadão eleitor e garantir que se calhar estou em condições de conduzir o meu país?) será que isto iria atrair ou afastar mais pessoas da vida política e dos assuntos do país?
Sei que é uma ideia ridícula, mas às vezes o querer apenas uma qualidade da democracia e cidadania melhor faz-nos entrar no ridículo.

Tonibler disse...

Sim, caro Pinho Cardão, o país exprimiu-se como quis, mas não existe um representante de todos os portugueses. Só uma espécie de primeiro-ministro de segunda que não faz nenhum e gasta muito.

Fernando Pobre disse...

O comentário pauliano das 00:19 releva da pior educação e de desnecessária provocação a um ex-candidato que perdeu com dignidade, num discurso que só os grandes senhores sabem fazer.
Pelos vistos continua a ser muito apreciado no blog.
Ao chamar a terreiro o terrível pecado de Alegre com os 1500 ou 1200 euros de um texto literário (aliás de qualidade) o que é senão uma provocação gratuita?
Porque não falta da siza que deixou de ser paga?

Cumprimentos
Fernando Pobre

Fernando Pobre disse...

Corrijo: fala e não falta. O que falta é a siza e o sizo!

Pedro disse...
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Pedro disse...
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Pedro disse...
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Pinho Cardão disse...

Criatividade transbordante, caro Paulo!...

Fernando Pobre disse...

A faute de mieux, a pauliana figura está convencida de quefaz humor! Agarra-se ao teclado e bolsa delírio! E ninguém o interna?