Número total de visualizações de páginas

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Solidão tecnológica...

Depois dos vários casos que vieram a público de pessoas idosas que morreram nas suas casas em solidão e aí permaneceram anos, meses ou semanas, sem que fossem assistidas ou visitadas, logo apareceram várias entidades a anunciar que estão a estudar, ou já implementaram, um sistema de “acompanhamento à distância de idosos ”, utilizando para o efeito "pulseiras tecnológicas". Que estranha forma de olhar a solidão, que visão desumana é esta de tratar as pessoas como se fossem máquinas.
Claro que ouvir uma voz algures num call center, sabe-se lá a quantos quilómetros de distância, é melhor do que nada. Claro que ter à mão um botão vermelho para carregar em caso de emergência ajuda a ultrapassar o sentimento de insegurança que o isolamento provoca e pode permitir uma resposta mais rápida dos serviços de saúde em caso de doença súbita.
Mas nenhum destes processos, possíveis graças aos avanços tecnológicos, substitui o calor humano de uma família e das redes de vizinhança ou resolve coisas tão fundamentais como a alimentação ou a higiene diárias.
Os afectos, um olhar, um olá que seja, um apertar de mão, um beijo ou um abraço não têm substitutos tecnológicos. Mal vai a nossa sociedade quando pensa que a integração social das pessoas idosas e o respeito pela dignidade humana se resolvem com call- centers...

4 comentários:

Anónimo disse...

mas nem sempre se trata de substituição, mas de complemento. a minha avó, por exemplo, traz um aparelho desses como colar. durante as duas horas diárias em que está sozinha (duas horas, sim), se cair, pode assim pedir ajuda. não vejo nada de desumano nisto, desculpe-me.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Cara Ana Margarida
A solidão não se substitui com pulseiras electrónicas. Pelo que nos conta não é, felizmente, o caso da sua Avó.

Pedro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
RioD'oiro disse...

http://fiel-inimigo.blogspot.com/2011/02/no-cachimbo.html

Só falta o ship.