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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Apreciar Portugal

Chegámos na sexta-feira e já estamos de partida. O tempo passa depressa, mas rende mais quando estamos em locais bonitos, em que cada olhar sobre a paisagem é como se fosse o primeiro, a natureza move-se vagarosamente e a nossa vista nunca vê da mesma forma, é surpreendida em cada momento com alguma novidade.
Portugal tem regiões lindíssimas, de cortar a respiração. Só mesmo estando nos locais, passeando afincadamente à descoberta de uma nova perspectiva, na busca de mais um miradouro ou de mais uma enseada, parando para ouvir ora o silêncio, de hora a hora interrompido pelo badalar dos sinos das igrejas, ora o canto dos pássaros, compreendemos como nós próprios temos à porta de casa o que de mais bonito o mundo tem para oferecer. Com a vantagem de estarmos cá dentro, de podermos conviver com os nossos, de vivermos as nossas tradições.
É do Gerês que falo e que sinto. É o seu fabuloso Parque Natural, as termas, o imenso lago espraiado sobre a albufeira da Caniçada. No Sábado caminhámos a pé até à Pedra Bela situada no Parque Natural do Gerês a 900 metros de altitude. As vistas alcançadas de cortar a respiração fizeram esquecer os 10 km percorridos. E ontem um passeio de barco ao longo da extensão da albufeira, num dia de Primavera, permitiu descobrir ao longo das margens algumas dezenas de chalés e quintas muitíssimo bem integrados na paisagem verde das encostas, de arquitectura cuidada e bem conseguida, na procura da harmonia e do equilíbrio desejados.
A natureza só por si justificaria o passeio, mas as pessoas, as tradições, a gastronomia, os doces e vinhos da região, o património cultural e histórico, no qual ponderam as igrejas, pequenas mas ricas, em especial o contraste entre o campo lindíssimo e a cidade cada vez mais descaracterizada e mal tratada – Lisboa está assim – apelam a estas fugas turísticas.
Muito mais poderia contar, mas fica aqui o registo do Portugal fabuloso que temos para conhecer e dar a conhecer. Não quero falar das coisas menos boas, mas uma coisa é certa, temos riqueza humana, histórica e natural para partilhamos cá dentro e lá fora, haja vontade e visão para o fazermos.
Sempre que possível esqueçamos a carga negativa do País e olhemos para o que de bom tem para oferecer e desfrutar. Concentremo-nos nas coisas boas…

6 comentários:

Bartolomeu disse...

Não existe equivalência para a sensibilidade feminina às coisas verdadeiramente belas.
A Drª Suzana, brindou-nos com uma maravilhosa paisagem marítima, a Drª Margarida, pega-nos pela mão e conduz-nos a uma das mais belas paisagens do interior de Portugal.
Será que se está a iniciar no "quarta" uma mostra fotográfica do do nosso país? Um forum... um roteiro turístico, onde acima de tudo contam as sensações mais íntimas do fotógrafo?!
;)
Este ano, ainda não saí do meu "cantinho" e nem sei se o poderei fazer.
Recordo-me de n'um dos vários passeios que dei pelo Gerês, ter parado na berma da estrada para apreciar, tal como a Drª. Margarida a paisagem extasiante que a cada curva nos surpreeende. Saí do carro, não passavam outros carros e dirigi-me de máquina em punho para a berma contrária, acompanhado dos meus filhos. Bati várias fotos, apontámos para vários locais, notámos diversos pormenores e, às tantas, oiço um dos meus filhos num tom de voz aflito dizer; ó pai, olha tantos bois!
Quando olhei na direcção que ele apontava, ocupando a totalidade da estrada e em passo vagaroso, aproximavam-se 4 vacas enormes, lindas, com uma pelagem de um castanho-mel, brilhante e umas armações imensas. Talvez os maior "pares de cornos" (desculpe a liberdade de escrita) que já tinha visto. Perante a aproximação de tão monumentais animais, não tive outro remédio que tentar proteger os meus filhos e esperar que passassem. E passaram, pachorrentamente, no seu andar bambolenate e descontraído, olharam-nos sem nos dar demasiada importância e lá foram, estrada abaixo, talvez coloquiando entre si, telepáticamente; porque seria que aquele Bartolomeu ficou estático a olhar para nós? parece que nunca viu dois pares de vacas...
Passado o momento, os miudos deliraram, tiveram talvez o encontro imediato mais importante das suas vidas.
;)))

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Bartolomeu
Temos que falar mais das coisas boas. Vontade não me falta de fazer tréguas ao negativismo!
Ontem ao final do dia, já o sol estava muito baixo, apanhámos seis vacas que pela sua descrição serão da família das que encontrou com os seus filhos. Lindas, aparentemente pachorrentas, a comerem as ervas junto às bermas da estrada. Grandes, impondo respeito. Foi uma pena não ter tirado umas fotografias, mas era complicado pois foi numa zona - Vieira do Minho - em que tivemos que literalmente ocupar a outra faixa da estrada. Uma situação algo perigosa. Também fiquei estática a olhar!

Suzana Toscano disse...

Bem aproveitado este largo fim de semana, Margarida, uma ida ao Gerês é uma autêntica purificação de alma, também dei por aí um grande passeio há poucos anos e já me apetece voltar.

Gabriela disse...

E os olhos das vacas? Repararam? Quando tenho a sorte de ter um desses encontros, fico maravilhada com aqueles olhos! Enormes, lindos, meigos, bondosos. De bem com a vida, se isto se pode dizer de um irracional. :)

Bartolomeu disse...

Tem razão Gabriela, uns olhos escuros, enormes, curiosos, mas mansos.
;)

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Cara Gabriela,
Tem razão, os olhos têm uma expressão bondosa e profunda. Também reparei. Estas vacas já estão habituadas ao convívio com os automobilistas. Parecem pacíficas.
Mas nunca se sabe, se um dia perdem a cabeça e começam a correr meias loucas. Sabe-se lá o que pode acontecer.
O melhor mesmo é apreciá-las a uma distância confortável. Foi o que fizemos por uns largos minutos.