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sábado, 17 de setembro de 2011

Desalavancagem e educação...

Li com gosto este artigo de Julián Casanovas “El valor de la educacion”, publicado no El Pais. Penso que o entendimento sobre o significado da educação expresso no artigo é também partilhado por muita gente, que não sendo especialista, nele se revê:

Como ocurre con casi todo en la vida, no hay una única y simple verdad sobre la educación, pero hay un acuerdo bastante básico entre los especialistas en señalar que la educación significa el desarrollo integral de los individuos más allá de la preparación profesional, algo que incluye necesariamente comprender la naturaleza de las cosas y el mundo que nos rodea. La educación es una guía imprescindible para captar los entresijos de la sociedad tan compleja que hemos creado. Conocimiento, respeto por las personas y ambición por ampliar los estrechos horizontes de la pequeña comunidad de vecinos, familia y amigos en la que cada uno habitamos. Esas son tres cualidades básicas de la educación. La educación es un privilegio que no puede dejarse en manos de los burócratas, de los amantes de las estadísticas y del currículo, de quienes desprecian a los profesores y limitan su autoridad ante los alumnos, los padres y la sociedad en general.

O desvirtuamento da educação foi muito intenso em Portugal nas últimas décadas, com os resultados que hoje estão bem à vista de todos. Não apenas no que se refere a indicadores tão básicos como saber escrever e comunicar com clareza ou saber fazer contas de aritmética, mas particularmente no que diz respeito à formação ética e moral enquanto alicerce fundamental que permite formular juízos críticos e fazer escolhas sólidas.
Numa sociedade marcada pelo facilitismo e pelo consumismo - com as portas escancaradas do crédito - é muito mais importante o ter do que o ser, a quantidade sobrepõe-se à qualidade. A educação não sendo uma redoma contribuiu para este estado de coisas, mas acabou, também, sendo uma vítima.
Tenhamos esperança que a desalavancagem financeira em curso seja acompanhada por uma desalavancagem de comportamentos e atitudes e dê lugar a um novo quadro de referência de princípios e valores que confira às pessoas confiança, autonomia e capacidade crítica. Num momento em que a palavra de ordem é a desalavancagem, cuidemos de nos preocupar com a educação porque precisamos dela como de pão para a boca...

3 comentários:

Arlindo Sena disse...

O texto está brilhante de forma sinética e clara, traça a realidade portuguesa e não só. E nesse contexto a exigência, deve ser uma meta na avaliação de professores e alunos, o actual governo, já mostrou clareza sobre o assunto, mas devia ter ido mais longe. Mas um reparo, é necessário outro modelo na gestão da escolas, se a opção for a autonomia com este modelo, o caos vai continuar...ou então, a fiscalização e a inspecção tem que funcionar regularmente com presença nas escolas ...se umas funcionam bem e até merecem autonomia outras jamais...é a uma maioria significativa...

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Arlindo Sena
Partilho em muito as preocupações do Ministro da Educação. Uma ideia central é que a elevação da qualidade do ensino passa por um um modelo que aposta no trabalho, no esforço e na responsabilidade, envolvendo alunos, escolas e professores e a comunidade escolar.
O aumento da carga horária do ensino da matemática e do português e a introdução de exames ao longo dos ciclos de aprendizagem são medidas positivas. Não são suficientes, mas são um sinal de mudança.

Arlindo Sena disse...

Completamente de acordo...