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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

À espera...

Esperar é deixar que o tempo corroa lentamente a alma. Esperar é aproveitar para mal pensar. Esperar é desejar não saber e nem querer existir. Esperar é uma espécie de tormento à espera da paz de uma boa notícia. Esperar é mesmo desesperar. Eu espero e desespero.
O tempo teimou em passar devagar, lento e torturante como só ele é capaz de fazer. Delicia-se com a angústia do próximo. Fiz de conta que não percebi. Fiz esforço para o ignorar, não sei se consegui, mas pelo menos tentei enganá-lo, coisa que não senti. Olhava e esperava. A espera, longa e enigmática, teimava em desesperar-me. Vi o mundo de forma diferente. Vi a noite a cair sobre mim de forma diferente. Tudo pareceu, de repente, ser diferente. A vida é muito diferente quando nos confrontamos com a nossa vida e a vida dos que são queridos. Não quero ser diferente, quero apenas a tranquilidade e o sossego do silêncio do meu momento. Eu tenho os meus momentos, muitos assustam-me, outros alegram-me e alguns ajudam-me a compreender a beleza e a simplicidade da vida. 
O que é que eu quero desta vida? Pouco, muito pouco, apenas viver de forma simples e apreciar a beleza.
Pouco? Sim, pouco, mas eu não sou louco, sou apenas uma breve alma à espera de ouvir, sentir e embebedar-me com a essência de seres que não sejam ocos. 
Não preciso mais. 
Pouco? Sim, pode ser pouco, mas eu não sou louco, nem quero enlouquecer, apenas desejo viver...

3 comentários:

Suzana Toscano disse...

Há momentos muito maus que parecem não ter fim, talvez ajude lembrar alguns momentos muito bons para ajudar o tempo a passar.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

A vida tem muitas amarguras e coloca-nos muitas interrogações sobre o sua própria existência. Recordar os bons momentos, pensar nas coisas bonitas que a vida nos oferece e ter a amizade da família e a companhia dos amigos de quem gostamos é um bálsamo que está sempre à mão.

just-in-time disse...

Caro Professor
Cada tempo tem o seu tempo.
Aos "20" somos eternos.
Nos "40" vem uma percepção ligeira da finitude.
Nos "50" surgem algumas crises agudas.
Nos "60" há que familiarizar-se com a finitude.
Enquanto isso, há o tempo que falta e o tempo que sobra.
É verdade que o Inverno é o tempo de espera porque é o tempo da germinação.
E também é verdade que os jovens não sabem esperar.