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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A banalidade do pontual...

Nos últimos dias temos tomado contacto com histórias que nos deveriam envergonhar e tirar o sono. Os casos vão-se repetindo. Há sempre quem queira justificar estas tragédias de vida com o rótulo de pontual. É uma desculpa que nada resolve. Não tem desculpa. 
No fim-de-semana um homem jogava golfe, sentiu-se mal, começou a fazer um enfarte cardíaco, esperou duas horas e meia por assistência médica. Morreu. Um homem entre a vida e a morte viu-lhe recusada por três hospitais uma cama nos cuidados intensivos. Morreu. Uma senhora idosa foi asfixiada e atirada pelo filho da janela do oitavo andar de sua casa, foi vítima da sua parca pensão social. Morreu. Estes são os casos rotulados de pontuais. 
Que país estamos a construir? É esta sociedade em que queremos viver? A pergunta não deveria ser colocada, mas lamentavelmente é preciso fazê-la. E já agora deveria ter resposta…

2 comentários:

Suzana Toscano disse...

No primeiro caso vão certamente abrir inquéritos e mais inquéritos, de resto a notícia de que esse Ping pong entre hospitais estava a acontecer já tinha sido noticiado -e desmentido - lamentavelmente agora confirmado com um caso de trágico desfecho e que pode e deve ser corrigido quanto antes coma mudança de práticas que só podiam dar mau resultado.
Quanto à outra notícia , é também uma trágica ilustração de um mal mais insidioso contra o qual me parece muito mais difícil "fazer qualquer coisa" porque é uma intolerável cultura que se está a formar, instigada por formas de dizer, de anunciar, de justificar algumas políticas de redução de rendimentos que podiam ser defendidas e aplicadas sem conduzir à humilhação e à desconsideração das pessoas que as devam sofrer. "Os velhos" são uma alvo fácil e que só o respeito e a decência humana protegem da sua debilidade. Se até há pouco tempo eram socialmente considerados e respeitados, sublinhada a gratidão que lhes era devida, agora são apontados como fardos e discutido ao cêntimo quanto é que é razoável "dar-lhes" para viverem num padrão de vida decidido administrativamente. Não podia dar bom resultado, nem podia demorar muito a ver-se o efeito em tempos de crise social, econômica e familiar. Um preço intolerável e vergonhoso.

Luis Moreira disse...

Muito mau...