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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Crescimento, apesar do governo e da geringonça

O Programa do Partido Socialista, mais tarde algo reformulado pela geringonça, baseava os seus objectivos de crescimento económico, na parte que poderia dominar, no consumo privado e no investimento público. No consumo privado, através da reposição de rendimentos e do fim da austeridade, segundo dizia, e no investimento público que dinamizaria a actividade económica.
Claro que o crescimento através do consumo privado tornou-se impossível, já que a reposição de rendimentos, que abrangeu sobretudo os funcionários, foi absorvida por um colossal aumento dos impostos indirectos, mantendo-se, no essencial, a carga fiscal (aliás, até irá subir em 2018 relativamente a 2017, segundo o Quadro da Receita e da Despesa constante do OE). Adicionalmente, e na medida em que o consumo pudesse crescer, uma parte substancial seria dirigida a produtos importados, dinamizando a actividade económica de outros países e não a economia nacional. Basta olhar, não já para bens de consumo duradouro, mas para a origem estrangeira de muitos produtos de primeira necessidade expostos nos supermercados. 
Quanto ao investimento público, o grande crescimento foi na diminuição, atingindo sucessivos recordes negativos. A necessidade de conter o défice levou a cortes substanciais no investimento e no consumo público e a cativações e a engenharias orçamentais que afectaram de forma muito negativa o funcionamento dos serviços públicos.
E assim o crescimento que se tem verificado deve-se apenas a pressupostos e variáveis que o governo da geringonça não domina e que não beneficiaram de qualquer política pública de incentivo, as exportações e o turismo, bem como, num âmbito mais geral, a evolução positiva da economia europeia e mundial.
Por isso é perfeitamente grotesco vir o governo  apregoar que o crescimento se deve à política da geringonça. 
Não, se há crescimento, é apesar do governo e da geringonça.

1 comentário:

Pelorigor disse...

Prova dos 9: Exportações de 2017 são as melhores de sempre?
Marta Santos Silva e Margarida Peixoto
In ECO-Economia online
Caldeira Cabral afirma que os números do Instituto Nacional de Estatística relativos a novembro de 2017 já permitem saber que este vai ser o melhor ano de sempre
Os números do INE que divulgam os valores das exportações até novembro mostram que as exportações de Portugal são mais altas em valor, até novembro de 2017, do que as de 2016 no ano inteiro. Em percentagem do PIB, o país ainda precisa de dezembro para bater o recorde de 2013. No entanto, é quase certo que o vai quebrar: poderia ser o pior dezembro desde 2011 e ainda assim as exportações teriam o maior peso relativamente ao PIB de que há registo